A produtora de papel e celulose Suzano (SUZB3) teve lucro líquido de R$ 5,914 bilhões no quarto trimestre do ano passado, forte salto ante o resultado positivo de R$ 1,175 bilhão registrado no mesmo período de 2019.
O desempenho foi apoiado por um salto no resultado financeiro positivo da companhia, impulsionado por ganhos cambiais e com derivativos. A linha subiu de R$ 1,6 bilhão no quarto trimestre de 2019 para R$ 6,2 bilhões nos três meses encerrados em dezembro passado. Ajudou também no resultado geral do grupo uma melhora operacional com queda no custo de produção de celulose.
A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 3,965 bilhões nos três últimos meses do ano passado, crescimento anual de 61%. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam Ebitda de R$ 3,527 bilhões. Não ficou imediatamente claro se os números são comparáveis.
A Suzano também estimou investimento de R$ 4,9 bilhões este ano, dos quais R$ 4 bilhões serão destinados às operações industriais e florestais do grupo.
A companhia teve um preço líquido médio de celulose no exterior de US$ 459 por tonelada no quarto trimestre, uma queda de 2% sobre os três meses finais de 2019, mas o custo caixa de produção do insumo, sem considerar paradas de manutenção, recuou 1%, a R$ 622.
A combinação de uma melhora operação permitiu o crescimento no Ebitda apesar das vendas de celulose terem recuado 9% no quarto trimestre, para 2,66 milhões de toneladas. A receita líquida cresceu 14% e a geração de caixa operacional saltou 93%.
A Suzano afirmou que reduziu seu estoque de celulose em cerca de 1 milhão de toneladas no ano passado.
Além disso, a companhia completou a curva de sinergias gerada pela fusão com a Fibria com captura de R$ 1,3 bilhão por ano em bases recorrentes entre 2019 e 2020. O resultado, segundo a empresa, ficou acima do esperado.
No front de endividamento, a Suzano manteve trajetória de redução da alavancagem, reduzindo de 5,1 vezes no terceiro trimestre para 4,3 vezes ao final de dezembro em reais. Em dólares, a variação foi de 4,4 para 4,3 vezes.
As ações da companhia subiram 2,25% nesta quarta-feira antes dos resultados, para a máxima histórica de fechamento de R$ 68,20. No melhor momento, chegaram a R$ 68,50, recorde intradia. Em 2021, acumulam alta de 16,5%.