Morning Call: teto de gastos continua a assombrar investidores

Cenário global e bolsa de valores

Na Ásia, as bolsas tiveram um pregão majoritariamente de leve alta após a decisão do Banco Central da China de manter a taxa de juros em 3,85%. O índice da bolsa do Japão encerrou o pregão com alta de 0,14%, a bolsa de Shanghai com -0,17%, de Hang Seng com +1,35% e Coreia do Sul com -0,53%.

O Índice de Preços ao Consumidor de setembro na Zona do Euro foi divulgado essa manhã com uma alta de 0,5% no mês após o crescimento de 0,4% de agosto enquanto na comparação anual, a alta de setembro foi de 3,4%. O índice núcleo, que exclui alimentos e energia, também subiu 0,5% no mês enquanto a comparação anual mostra uma alta de 1,9% e todos os resultados vieram praticamente em linha com o consenso de mercado.

Já na Alemanha, o Índice de Preços ao Produtor teve um avanço de 2,3% em setembro após a alta de 1,5% em agosto, o mercado projetava uma alta menor de 1%. A alta acumulada em 12 meses em setembro passa de 12% para 14,2% também superior aos 12,7% esperados pelo mercado mas nem mesmo esses dados conseguiram gerar um dia de quedas na bolsa alemã, que tem uma leve alta de 0,10%, a bolsa do Reino Unido tem alta de 0,05%, França com queda de 0,10%,, Espanha com alta de 0,34% e o índice Euro Stoxx com leve alta de 0,03%.

Cenário no Brasil

Ontem o mercado se agitou após uma série de eventos relacionados ao governo que trouxeram um ambiente de aversão extrema ao risco. A votação da PEC dos precatórios que estava programa para acontecer na terça, e que era a esperança do governo para liberação de espaço dentro do teto de gastos para a ampliação de programas de auxílio foi adiada para hoje, 20/10 às 14:00.

Em paralelo, o governo tentava arrumar uma saída para o pagamento de parcelas de R$ 400 para o novo programa Auxílio Brasil porém o limite com o teto de gastos permitia que o valor máximo da parcela fosse de R$ 300, caso contrário, o que superasse o limite seria financiado fora do teto, o que reduz a confiança do investidor em relação ao compromisso do governo no controle de gastos, e acabou por derrubar a bolsa enquanto os juros futuros em todos os vencimentos subirem e o dólar atingir a máxima de R$ 5,62 no pregão.

O dia causou um grande impasse, já que integrantes da equipe econômica liderada pelo ministro Paulo Guedes não são favoráveis ao desrespeito ao teto de gastos e os próximos dias continuar em um clima de aversão ao risco e volatilidade ao mercado.

Ibovespa

O índice vinha dando sinais tímidos de recuperação quando passou a ser negociado acima da média diária de 21 períodos até segunda feira quando estava na região dos 114 mil pontos mas com o dia negativo de ontem, o Ibov acabou devolvendo os ganhos anteriores e retornou ao patamar dos 110 mil pontos e abaixo das médias diárias de 21 e 200 períodos. Sem a resolução das questões políticas e orçamentárias, o mercado deve apresentar volatilidade.