A bolsa de valores brasileira fechou em alta nesta segunda-feira (28), acompanhando a tendência otimista nos mercados externos após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o pacote de ajuda fiscal no país. Já o dólar fechou em alta em relação ao real, embora longe das máximas do dia após intervenção do Banco Central.
O Ibovespa, principal indicador da bolsa brasileira, a B3, subiu 1,13%, aos 119.123 pontos. Foi a primeira vez desde janeiro que a pontuação de fechamento ficou acima dos 119 mil. Em dezembro, o índice tem alta acumulada de 9,4%. No ano, o avanço até agora é de mais de 3%.
O dólar subiu 1,12%, a R$ 5,2382. Em dezembro, o dólar acumula queda de 2% em relação ao real. No ano, porém, a moeda tem alta acumulada de 30%.
Além do pacote de auxílio assinado por Trump, outra notícia do exterior que repercutiu nos mercados financeiros nesta segunda foi o a de que o Reino Unido publicou no sábado o texto do acordo comercial com a União Europeia para sair do bloco.
Sobe e desce do dólar
No mercado de câmbio, o dólar alternou movimentos de alta e baixa nesta segunda. No momento de maior avanço, chegou a subir mais de 2%, fazendo com o que o real cravasse o pior desempenho em relação às moedas de outros países.
Em meio à subira, o BC anunciou que ofertaria dólares no mercado à vista, em operação que, no fim, representou injeção de R$ 530 milhões no mercado spot. Foi o primeiro leilão do tipo desde 30 de outubro.
Entre os fatores que vêm puxando o dólar para cima em relação ao real está a pressão compradora oriunda de remessas e expectativa pelo desmonte de cerca de US$ 16 bilhões em “overhedge” na passagem do ano.
Destaques da bolsa
A ação do IRB Brasil (IRBR3) disparou 12,02%, após dados mostrarem prejuízo de R$ 23,8 milhões em outubro, mas lucro líquido de R$ 110,3 milhões se excluídos efeitos não recorrentes. A resseguradora também adiou o pagamento de juros sobre capital próprio previsto para a terça-feira. No ano, porém, a ação ainda acumula queda de 77%, pior desempenho do Ibovespa em 2020.
Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) também tiveram dia de alta, subindo 0,97% e 0,72%, respectivamente, após o Conselho Monetário Nacional (CMN) flexibilizar as regras sobre distribuição dos resultados de 2020 das instituições financeiras, após restrições adotadas em razão da pandemia do coronavírus.
A Cielo (CIEL3) saltou 7,93%, tendo no radar novos ruídos envolvendo uma eventual venda da participação na empresa de meios de pagamentos por um de seus controladores, no caso o Banco do Brasil, segundo o blog de Lauro Jardim, de O Globo.
Outro destaque do dia foi o BDR do Alibaba (BABA34), que desabou 13,96%, contaminado pelo declínio dos papéis da gigante de e-commerce chinesa no exterior em meio a uma investigação antitruste por reguladores chineses. Em Hong Kong, os papéis caíram 9%, mesmo após anúncio de recompra de ações no valor de US$ 10 bilhões.
Bolsas no exterior
As bolsas dos EUA fecharam em alta, renovando recordes:
- S&P +0,87%
- Dow Jones +0,68%
- Nasdaq +0,74%
As bolsas europeias fecharam em alta:
- Madri (IBEX35) +0,54%
- Frankfurt (DAX) +1,49%
- Londres (FTSE 100) +0,10%
- Paris (CAC40) +1,20%
As bolsas asiáticas fecharam mistas:
- Nikkei +0,74%
- Hang Seng -0,27%
- Shanghai +0,02%
*Com Reuters
