Acionistas da Fiat Chrysler e da PSA, dona da Peugeot, aprovaram nesta segunda-feira (4) a fusão das companhias, um negócio de US$ 52 bilhões que criará a quarta maior montadora de veículos do mundo, Stellantis.
Com uma produção anual de cerca de 8 milhões de veículos em todo o mundo e receitas de mais de 165 bilhões de euros, a Stellantis deverá desempenhar um papel importante no salto da indústria automotiva para a nova era da eletrificação.
A Stellantis terá 14 marcas, incluindo Fiat, Maserati, Jeep, Dodge e Ram, da FCA, além de Citroën, Opel e DS.
Em duas assembleias extraordinárias separadas de acionistas, os investidores de cada grupo apoiaram a fusão com taxas de aprovação acima de 99%.
“Estamos prontos para esta fusão”, disse o presidente-executivo da PSA, Carlos Tavares, acrescentando que a data para o fechamento do negócio será anunciada em breve. Ele disse que o acordo agora passou em todos os testes regulatórios.
Tavares, que assumirá o comando da Stellantis, terá de recuperar os negócios da montadora na China, racionalizar o grupo em expansão e lidar com um enorme excesso de capacidade, bem como se concentrar em novas tecnologias como eletrificação, direção autônoma e conectividade.
No Brasil, o grupo vai ampliar a liderança no mercado de automóveis e comerciais leves. Somando todas as marcas, a Stellantis teria no acumulado do ano passado até o fim de novembro vendas 401,5 mil veículos, dos quais 377,4 mil da FCA. Em seguida aparecem Volkswagen, com 299,3 mil, e General Motors, com 296,3 mil, segundo dados da associação de concessionários Fenabrave.
O presidente-executivo da FCA, Mike Manley, que vai liderar as operações da Stellantis na América do Norte, disse que 40% dos mais de 5 bilhões de euros em sinergias virão da convergência de plataformas e sistemas de motor e transmissão e de otimização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
Manley disse que 35% das sinergias serão obtidas com economias em compras de suprimentos, enquanto outros 7% serão geradas com economias em vendas e despesas gerais.
As duas companhias prometeram não fechar nenhuma fábrica depois da fusão.
No Brasil, maior mercado da Fiat fora da Itália, a FCA possui duas fábricas de veículos – Betim (MG) e Goiana (PE) – com capacidade total para cerca de 1 milhão de carros por ano, além de duas fábricas de motores capazes de produzir 1,4 milhão de propulsores a cada ano. Já a PSA tem um polo automotivo em Porto Real (RJ), incluindo fábricas de veículos e motores.