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Economia

Fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo mais que dobrou na pandemia

Um novo bilionário surgiu quase que diariamente desde que a pandemia eclodiu.

tesla
Elon Musk, presidente-executivo da Tesla Motors 29/06/2010. REUTERS/Brendan McDermid/Foto de arquivo

Desde que a pandemia eclodiu em março de 2020, um novo bilionário surgiu quase todos os dias. As fortunas dos 10 homens mais ricos do mundo – incluindo Elon Musk, Jeff Bezos e Bill Gates – mais que dobraram para US$ 1,5 trilhão, tornando-os seis vezes mais ricos do que os 3,1 bilhões de pessoas mais pobres do mundo, disse a Oxfam em relatório para embasar discussões online de líderes políticos e empresariais do Fórum Econômico Mundial.

Enquanto isso, mais 160 milhões de pessoas foram empurradas para a pobreza durante a pandemia, disse a instituição, citando números da lista dos bilionários da Forbes de 2021, do Global Wealth Databook do Credit Suisse e do Banco Mundial.

“A pandemia tem sido uma bonança bilionária”, disse a diretora executiva da Oxfam Internacional, Gabriela Bucher, em entrevista. “Quando os governos fizeram os pacotes de resgate e injetaram trilhões na economia e nos mercados financeiros para apoiar a economia para todos, o que aconteceu é que muito disso foi para os bolsos dos bilionários”.

Concentração de vacinas

O desenvolvimento de vacinas tem sido uma das histórias de sucesso da pandemia, mas Bucher disse que foram “acumuladas pelos países ricos” que buscam proteger os monopólios farmacêuticos.

Um imposto único de 99% sobre os 10 homens mais ricos da pandemia poderia render mais de US$ 800 bilhões e ser usado para financiar esse esforço e outros gastos sociais progressivos, disse o grupo.

O dinheiro “poderia pagar vacinas para todo o mundo, ter sistemas de saúde para todos”, disse Bucher. “Também seríamos capazes de compensar os danos das mudanças climáticas e ter políticas que abordem a violência de gênero”, deixando os 10 bilionários US$ 8 bilhões mais ricos do que eram no início da pandemia, acrescentou.

A Oxfam pediu que os países ricos abram mão das regras de propriedade intelectual sobre as vacinas covid-19, em um esforço para expandir sua produção.

Mas a organização observou que os EUA e a China, as duas maiores economias do mundo, estão começando a considerar políticas destinadas a combater a desigualdade, como aumentar as taxas de impostos sobre os ricos e tomar medidas contra os monopólios corporativos.

“A questão é que a desigualdade extrema não é inevitável e é por isso que nos traz esperança”, disse Bucher.

Pandemia acelerou crise no Brasil

O coronavírus acelerou o agravamento da crise social e econômica no Brasil, afirma a instituição em seu site. A Oxfam ressalta que de abril de 2020 a abril de 2021, estima-se que 377 brasileiros perderam o emprego por hora; no pior momento da crise, quase 1.400 brasileiros foram demitidos por hora e o Brasil registrou recorde de 14,4 milhões de desempregados em abril de 2021.

Quase 600 mil empresas faliram, prejudicando sobremaneira os indicadores de emprego no país. “Os programas destinados a garantir o emprego foram mal implementados e promoveram condições de trabalho precárias para jovens e grupos vulneráveis”, avalia a instituição.

A Oxfam diz ainda que, no terceiro trimestre de 2021, o desemprego caiu para 13,5 milhões de brasileiros, devido ao aumento da informalidade e empregos precários, porém a taxa de desemprego entre os negros ainda é maior do que entre os brancos, contribuindo para maior desigualdade de renda. No entanto, de acordo com a Forbes, surgiram 10 novos bilionários no país na lista de 2021.

A Oxfam procura inspirar o debate no encontro anual de elites empresariais e políticas normalmente realizado na estação de esqui suíça de Davos. A pandemia forçou os organizadores a adiar o evento pelo segundo ano, realizando sessões virtuais nas quais os líderes políticos se juntarão a executivos de negócios e grupos como a Oxfam.

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