Cenário global e bolsa de valores
Hoje, as preocupações com o aumento de casos de Covid-19 na China, com a guerra na Ucrânia e com um aumento de juros pelo Federal Reserve previsto para amanhã, abalam a confiança do investidor no exterior, enquanto a expectativa de anúncio de medidas pelo governo brasileiro, acende o sinal de alerta fiscal. Esta terça-feira marca o primeiro dia de reunião de política monetária tanto do Federal Reserve quanto do Banco Central do Brasil. Ambos devem elevar os juros para combater a inflação, sendo que no caso norte-americano seria a primeira alta em três anos.
Depois de assustar os mercados globais com um novo lockdown para enfrentar o aumento de casos da Covid, a China surpreendeu hoje com dados fortes da produção industrial e vendas no varejo. Os números, bem acima do esperado, podem estimular a recuperação das commodities, com o petróleo reduzindo as quedas. A expansão industrial foi 7,5% na comparação anual no primeiro bimestre; as vendas no varejo cresceram 6,7% no mesmo período. No cenário de guerra, serão retomadas nesta manhã as conversas entre representantes russos e ucranianos, vistas como promissoras.
As bolsas asiáticas fecharam em baixa nesta 3ªF em razão de casos de Covid na China que obrigaram a um lockdown em grandes cidades como Xangai e Shenzhen. Apenas a bolsa de Tóquio operou no terreno positivo e, ainda assim, em leve alta de +0,15% do índice Nikkei. As bolsas europeias estão operando em baixa forte nesta manhã refletindo a queda de ações na sessão asiática. Na abertura, Londres opera em baixa de -1,39%; Frankfurt, -2,04%; Paris, -1,77%; Madrid, -1,02% e Stoxx600, -1,61%.
Pré-Mercado em NY: Futuros: Dow Jones (-0,38%), S&P 500 (-0,34%), Nasdaq (-0,25%); Treasuries: T-note de 10 anos a 2,10120 (de 2,14200); Petróleo: Brent a US$ 100,32 (-6,16%); WTI a US$ 96,56 (-6,26%); Ouro: -1,49%; US$ 1.931,60 a onça-troy.
Cenário no Brasil
Aqui, na véspera do Copom, com a possibilidade de o governo aumentar o Auxílio Brasil para ajudar a enfrentar o aumento dos combustíveis, resgatam os receios de risco fiscal e põem pressão nos juros futuros que subiram de ponta a ponta ontem. O Ministério da Economia avalia uma proposta para aumentar temporariamente o valor do benefício se forem persistentes os impactos negativos da guerra na Ucrânia sobre a economia. Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro reunirá sua equipe tendo na pauta a substituição dos ministros que irão concorrer nas eleições, bem como medidas que poderão ser anunciadas antes do período eleitoral, aí tem receios de medidas populistas que impactem a situação fiscal do país. Na pauta nacional, o fim do dia ainda tem os resultados trimestrais de Iguatemi, Yduqs e CVC.
O principal índice da bolsa brasileira recuou na segunda-feira, pressionado pela queda nas ações de commodities e pela expectativa de decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos nesta semana. O Ibovespa caiu 1,60%, a 109.927,62 pontos.
Indicadores econômicos e eventos |
Brasil: Balanços de CBA, CVC, Iguatemi, SLC Agrícola, Terra Santa Agro, Trisul e Yduqs, após o fechamento do mercado |
Bélgica: Reunião do Ecofin |
Áustria: Relatório mensal da Opep sobre mercado |
Ministra da Agricultura, Teresa Cristina, se reúne com empresários no Canadá para tratar de fertilizantes |
Alemanha/ZEW: índice de expectativas econômicas em março (7h) |
França/OCDE: PIB G20 do 4TRI (8h) |
IBGE: Pesquisa Industrial Mensal Regional de janeiro (9h) |
EUA/Deptº do Trabalho: PPI e Núcleo do PPI de fevereiro (9h30) |
EUA/Fed de NY: índice de atividade industrial Empire State de março (9h30) |
EUA/API: estoques de petróleo da semana até 04/03 |