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Economia

BCE confirma planos de encerrar compras de títulos no 3º tri

Banco Central Europeu pretende reduzir o estímulo extraordinário

imagem da fachada do BCE
Logo do BCE em sua sede em Frankfurt 08/12/2016 REUTERS/Ralph Orlowski

O Banco Central Europeu deixou inalterada sua política monetária nesta quinta-feira, mantendo os planos de reduzir lentamente o estímulo extraordinário, já que preocupações com a inflação recorde superam os temores de ume recessão relacionada à guerra.

O BCE tem reduzido o ritmo de impressão de dinheiro há meses, mas esboçou apenas um cronograma fraco para diminuir o suporte, enfatizando a flexibilidade, já que o conflito na Ucrânia e os preços muito altos da energia podem mudar de repente o cenário.

Confirmando sua orientação anterior, o BCE disse que planeja reduzir as compras de títulos, conhecidas como afrouxamento quantitativo, neste trimestre, e encerrá-las em algum momento do terceiro trimestre.

No entanto, os juros só subirão “em algum momento” após o fim das compras de títulos e o movimento será gradual, completou o BCE.

“O Conselho julgou que os dados desde sua última reunião reforçam suas expectativas de que as compras líquidas de ativos sob o APP (Programa de Compra de Ativos) devem ser finalizadas no terceiro trimestre”, disse o BCE em comunicado.

O volume de compras de títulos no terceiro trimestre será determinado mais tarde.

Entre os bancos centrais mais cautelosos do mundo, o BCE está bem atrás da maioria de seus pares, muitos dos quais já começaram a elevar os juros no ano passado. Somente nos últimos dois dias, os bancos centrais de Canadá, Coreia do Sul e Nova Zelândia aumentaram os custos dos empréstimos.

“Qualquer ajuste aos juros do BCE acontecerá algum tempo depois do fim das compras líquidas do Conselho sob o APP e será gradual”, acrescentou o BCE.

O BCE comprou quase 5 trilhões de euros de dívida pública e privada desde 2015, com o objetivo de reaquecer a inflação, que ficou abaixo da meta de 2% do banco por anos após a crise de dívida do bloco.

Mas inflação disparou inesperadamente nos últimos meses, deixando as autoridades num dilema, buscando conciliar duas forças econômicas opostas.

Por um lado, a inflação já está na máxima recorde de 7,5%, com mais altas esperadas. Por outro, a economia da zona do euro está estagnando, na melhor das hipóteses, com o impacto da guerra na Ucrânia afetando famílias e empresas nos 19 países do bloco.

Os mercados precificam agora um total de 70 pontos básicos de altas na taxa de depósito do BCE –atualmente em -0,5%– neste ano, mesmo que nenhuma das 25 autoridades do BCE tenha pedido por aperto tão agressivo.

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