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Economia

Ranking do PIB: Brasil fica em 14º lugar em lista com 49 países no 1º trimestre

Economistas comentam bom desempenho na comparação do trimestre, mas recuperação pós-pandemia é ressalva.

Salão de cabeleireiro, setor de serviços
Salão de cabeleireiro em São Paulo 06/07/2020 REUTERS/Amanda Perobelli

O Brasil ficou na 14ª posição em um ranking do PIB com 49 países no primeiro trimestre de 2022. Com crescimento de 1% na comparação com os três meses anteriores, a economia brasileira ficou à frente de países europeus como Suíça, Alemanha e França, e próximo ao desempenho de outros latino-americanos como Colômbia e México

O levantamento foi feito pelo Trading Economics com os dados referentes ao primeiro trimestre deste ano já divulgados pelos países.

Ranking do PIB do 1º trimestre de 2022: comparação mensal em %.
Ranking do PIB do 1º trimestre de 2022: comparação mensal em %.

Na lista, o pior desempenho é da Nigéria, que viu seu PIB encolher mais de 14% no começo de 2022. O segundo pior foi Hong Kong, com queda de 3%, seguido por Estados Unidos, com recuo de 1,5%. Na outra ponta, Romênia e Malásia tiveram os maiores crescimentos, com expansão de 5,2% e 3,9%, respectivamente. Em seguida ficaram Letônia, com 2,6%, e Portugal, com 2,6% (veja a tabela com o ranking do PIB completo mais abaixo). 

“O resultado (brasileiro) teve uma frustração na margem, as expectativas estavam mais otimistas. A mediana do mercado estava em torno de 1,2% de alta. Mas o resultado em si, quando a gente coloca em perspectiva, inclusive nessa lógica da comparação com outros países, não é um resultado ruim”, comenta Luciano Costa, economista-chefe e sócio da Monte Bravo Investimentos. 

“O Brasil teve um desempenho que ficou à frente de grandes economias, como Inglaterra, Coreia do Sul, Suíça, Alemanha, França, Japão, inclusive Estados Unidos. Então, do ponto de vista da comparação global, a gente teve um desempenho bem razoável”, afirma Costa. 

Já o economista Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, comenta que, comparando com outros emergentes, o Brasil ficou abaixo de China, Índia, Turquia e Arábia Saudita. “A China, geralmente, roda a um ritmo muito acelerado. Está em 1,3% contra o último trimestre. Índia, 1,84%, também roda a um ritmo bem mais elevado. Turquia, 1,2%, teve um trimestre muito fraco no finalzinho do ano passado. Arábia Saudita, 1,6%, o que faz todo sentido diante da explosão dos preços do petróleo”, compara. 

Considerando a média dos países da lista, o crescimento foi positivo em 0,4%. Deixando de fora a Nigéria, que teve uma queda muito superior aos demais países, essa média positiva sobe para 0,7%. 

“A maior parte das economias teve um desempenho positivo neste primeiro trimestre do ano – o que faz sentido, dado que a ômicron assustou, mas depois que a população conseguiu se sentir mais confiante, as pessoas foram consumir serviços, produtos”, comenta Cruz. 

“Até na Europa, com a guerra na Rússia na Ucrânia, existia a expectativa de que os indicadores caíssem, e não caíram. Porque, justamente, depois de dois anos em que as pessoas se sentiam muito cautelosas de sair às ruas e consumir, agora não. E é justamente essa ponta que puxou positivamente a maior parte dos PIBs mundo afora”, diz o economista.

Outra comparação

Consumidor faz compras em supermercado na cidade de Nova York 28/03/2022 REUTERS/Andrew Kelly

Embora o crescimento do PIB brasileiro tenha ficado bem posicionado em relação a outros países no primeiro trimestre, a economista-chefe de Latin América da Coface, Patrícia Krause, aponta que, na comparação entre as recuperações pós-pandemia, o país não tem vantagem tão ampla. 

“Se a gente comparar com o grupo dos principais países, o Brasil, de fato, se posicionou bem nesse primeiro trimestre. Se a gente olhar as economias da região que já divulgaram dados, em linha com o desempenho da Colômbia, do México, acima do Chile, que teve uma queda. Então, o desempenho do Brasil, a princípio, seria relativamente positivo. Mas é importante mencionar que isso só um trimestre de comparação”, explica ela. 

“A gente teria que pegar uma base mais longa para comparar o desempenho. Por exemplo: se a gente considerar como base o último trimestre de 2019, que foi o último antes do impacto da covid, e o nível de atividade em comparação com esse (primeiro) trimestre, a gente vê que o Brasil está 1,6% acima do último trimestre de 2019, mas outros países vizinhos estão bem acima”, afirma Krause. 

“O Chile contraiu no primeiro trimestre, mesmo assim está quase 11% acima (do patamar pré-pandemia). A Colômbia está 8%. Saindo da América Latina, os Estados Unidos, mesmo observando uma contração no primeiro trimestre do ano, está 2,8% acima. Então, se a gente olhar numa base, num período mais longo, esse crescimento não impressiona tão positivamente assim.”

Ranking do PIB: 1º trimestre de 2022

PaísPIB no 1º tri de 2022 (variação mensal, em %)
Romênia5,2
Malásia3,9
Letônia3,6
Portugal2,6
Polônia2,5
Hungria2,1
Filipinas1,9
Áustria1,5
China1,3
Turquia1,2
Islândia1,1
Tailândia1,1
Taiwan1,06
Brasil1
Bulgária1
Colômbia1
Chipre1
Lituânia1
México1
República Tcheca0,9
Peru0,9
Austrália0,8
Canadá0,8
Eslovenia0,8
Reino Unido0,8
Cingapura0,7
Coréia Do Sul0,7
Tunísia0,7
Bélgica0,5
Suíça0,5
Eslováquia0,4
Espanha0,3
Finlândia0,2
Alemanha0,2
Estônia0,1
Itália0,1
Holanda0
Dinamarca-0,1
França-0,2
Japão-0,2
Israel-0,4
Sérvia-0,5
Chile-0,8
Suécia-0,8
Indonésia-0,96
Noruega-1
Estados Unidos-1,5
Hong Kong-3
Nigéria-14,66

Fonte: Trading Economics

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