Nas denúncias, cinco mulheres relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco (veja abaixo). A revelação foi feita pelo site Metrópoles nesta terça-feira (28) e repercute na imprensa e meio político nesta manhã.
Guimarães está na presidência da Caixa desde 3 de janeiro de 2019, início do mandato de Bolsonaro na presidência. Figura carimbada do mercado financeiro, ele foi indicado ao comando do banco estatal pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.
O início de sua gestão foi marcado por um discurso de reestruturação da Caixa, melhora da governança corporativa e privatização de ativos do banco, como a Caixa Seguridade e Caixa Cartões.
Nos mais de três anos em que ocupou o cargo, Guimarães tornou-se uma das figuras mais próximas de Bolsonaro na cena política, estando ao seu lado em eventos e viagens presidenciais.
Durante a pandemia, o ex-presidente da Caixa esteve à frente da distribuição de programas governamentais como o Auxílio Emergencial e saque extraordinário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Em abril de 2021, sob sua gestão, Guimarães comandou a primeira abertura de capital de uma subsidiária do banco, a Caixa Seguridade (CXSE3).
O ex-presidente da Caixa chegou a ser cotado para assumir o lugar do ex-ministro Rogério Marinho. Guimarães também chegou a ser um dos nomes cogitados para uma possível substituição de Paulo Guedes na Economia, segundo reportagens da imprensa.
Vida pré-Caixa
Antes de ingressar na Caixa, Guimarães atuou por mais de 20 anos no mercado financeiro, à frente de ofertas públicas iniciais de ações (IPOs), ofertas públicas subsequentes (follow-ons), emissões de dívidas, assessoria em fusões e aquisições (M&As).
Seu nome também esteve ligado a reestruturações de empresas e processos de privatização dos bancos Banespa, Banerj, Bemge, Banestado e Meridional. Guimarães é Ph.D. e mestre em economia pela University of Rochester, mestre em Economia pela FGV/RJ e bacharel em Economia pela PUC/RJ.
Denúncias de assédio
07/01/2019
REUTERS/Adriano Machado
Na terça, o Metrópoles publicou matéria em que afirma que Guimarães é alvo de uma investigação sigilosa do MPF após funcionárias do banco relatarem ter sido vítimas de assédio cometido por ele.
O site também publicou relatos, sem divulgar os nomes reais das funcionárias, sobre esses assédios, que teriam ocorrido principalmente durante viagens de trabalho de Guimarães.
Procurados, MPF e Caixa não comentaram o assunto de imediato.
Segundo o colunista “Lauro Jardim”, o presidente Jair Bolsonaro teria dito a Guimarães que as denúncias de assédio sexual feitas pelas servidoras do banco são “inadmissíveis”. Na ocasião, Guimarães disse ao presidente que pretende “se defender na Justiça”.