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Economia

Banco Central Europeu aumenta juros pela 1ª vez em 11 anos

A taxa de depósito foi elevada em 0,50 ponto percentual, para zero.

O Banco Central Europeu aumentou suas taxas de juros pela primeira vez desde 2011 nesta quinta-feira (21) e apresentou um novo programa de compra de títulos para manter os custos dos empréstimos sob controle para os países mais endividados da zona do euro.

O BCE aumentou sua taxa de depósito em 0,50 ponto percentual, para zero, quebrando sua própria orientação de um movimento de 0,25 ponto e juntando-se a seus pares globais no aumento dos custos de empréstimo.

Ele também aumentou a taxa sobre seus leilões semanais e diários em 0,50 ponto, para 0,50% e 0,75% respectivamente, e sinalizou que novos aumentos em suas três taxas provavelmente virão este ano.

“Nas próximas reuniões do Conselho, uma maior normalização das taxas de juros será apropriada”, disse o BCE. “A antecipação hoje da saída dos juros negativos permite que o Conselho faça uma transição para uma abordagem reunião por reunião em relação às decisões sobre as taxas de juros.”

Nova ferramenta

Bandeiras da União Europeia
Bandeiras da União Europeia em Bruxelas, Bélgica. Crédito: REUTERS/Yves Herman

Em uma tentativa de amortecer o impacto do aumento dos custos de empréstimo, o BCE também revelou uma nova ferramenta, o Instrumento de Proteção de Transmissão (TPI).

Isto permitirá que o banco compre títulos quando vir sinais de fragmentação financeira – uma divergência injustificada nos custos de empréstimo entre os 19 países da zona do euro.

“A escala das compras de TPI depende da gravidade dos riscos enfrentados pela transmissão da política monetária. As compras não são restritas ex ante”, disse o BCE.

O banco central da zona do euro não aumentava as taxas há 11 anos e a taxa de depósito estava em território negativo desde 2014.

Repercussão

Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, explica que a autoridade monetária enfrenta um dilema: fazer os preços convergirem para a meta, sem que isso desacelere demais a economia da zona do euro, que não tem apresentado um crescimento tão robusto como, por exemplo, os Estados Unidos.

“Inflação alta, possibilidade de recessão, a própria demora em elevar as taxas de juros pelo BCE, os efeitos da guerra na Ucrânia e problemas de fornecimento de energia são todos fatores que aumentaram as incertezas em relação ao bloco”, destaca Sung.

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