74% dos consumidores dizem que Black Friday no Brasil não existe ou é ‘fraude’

A maioria dos consumidores não acredita que a Black Friday seja uma boa data para compras no Brasil. A cerca de 2 meses da Black Friday 2022, o Instituto Reclame Aqui divulgou uma pesquisa revelando que apenas 6% das pessoas afirmam que a data é uma boa oportunidade para comprar, enquanto a maioria, com 46%, diz que existe na verdade a “black fraude”, e outras 28%, que “não existe Black Friday” no país.

A pesquisa foi feita com usuários da plataforma Reclame Aqui nos dias 17 e 18 de agosto, com participação de mais de 12 mil consumidores. Perguntadas sobre como definem a Black Friday no Brasil, as pessoas responderam: 

• É uma Black “Fraude”: 46,4%
• Não existe Black Friday: 28%
• Piorou muito nos últimos anos: 13,2%
• Mais uma boa data para comprar: 6,6%
• Melhorou bastante nos últimos anos: 5,8%

Entre as pessoas que responderam a pesquisa, a maioria (com mais de 76%) revela não ter comprado nada na Black Friday de 2021. Na edição deste ano, a maior parte dos consumidores (53%) diz que não pretende comprar nada. 

Entre as pessoas que disseram que não vão comprar nada na Black Friday 2022, a principal justificativa, mencionada por 59%, foi de que “na Black Friday não tem promoções de verdade”. A segunda resposta mais frequente, com 13%, foi de que “não vale a pena, está tudo muito caro por conta da pandemia”. 

Edu Neves, Co-fundador e CEO do Reclame AQUI, destaca que “quando questionados se pretendem comprar este ano, quase 47% dizem que sim. Que é um povo que ainda bota fé na Black Friday. Então o lance é criar condições para que ele compre.”

Entre os que pretendem comprar algum produto na data, 74% dizem que o preço será o fator decisivo para determinar o consumo. A maioria, mais de 69%, diz que está se preparando para fazer a compra em lojas online, contra 17% de lojas físicas.

A maior parte dos consumidores que querem comprar alguma coisa na Black Friday 2022, com 66%, afirma já estar monitorando os preços para avaliar se o desconto será mesmo vantajoso. 

Neves afirma que “as marcas que já estão se movimentando e dando descontos, surfando a onda da Black Friday antes da data chegar, estão apostando em uma estratégia de captar o consumidor, que, provavelmente, diante da vantagem antecipada, não vai aguardar novembro”.

Entre os produtos mais visados estão os eletrônicos (drone, automação de casa, assistentes, caixas de som, fones etc), na mira de quase 28% dos consumidores, seguidos pelos eletrodomésticos  e eletroportáteis, com 27,6%. Outros 17% querem descontos em linha branca de eletrodomésticos (geladeira, coifa, máquina de lavar, microondas etc).

“O desafio de fornecer descontos neste ano, mais uma vez, deve ficar na mão do varejo, uma vez que a maioria dos fabricantes vêm manifestando continuamente suas dificuldades com a inflação de custos”, opina Neves.