Não é hora de mudanças drásticas no portfólio de investimentos, diz BlackRock

Embora a alta da inflação e, consequentemente, das taxas de juros ao redor do mundo esteja mostrando mais força do que o esperado inicialmente, muito influenciadas pela quebra da cadeia produtiva global desde o auge da pandemia de covid-19 e o início da guerra na Ucrânia, isso não deve ser justificativa neste momento para fazer mudanças drásticas no portfólio de investimentos. É o que aponta a gestora de ativos BlackRock, uma das maiores do mundo. 

Em encontro com jornalistas nesta segunda-feira (12), Axel Christensen, estrategista-chefe de investimentos para América Latina da gestora, comentou que o avanço da inflação e o aperto da política monetária em diversos países tendem a ser transitórios.

Christensen apontou que é natural fazer modificações na margem no portfólio de investimentos, mas acrescentou que o ideal é manter as perspectivas de longo prazo, para que os resultados esperados ainda sejam vistos. “Nós não devemos reagir e mudar nossos investimentos de longo prazo”, disse ele.  

O estrategista-chefe ainda pontuou que, neste ano tão desafiador para a renda fixa e para o mercado de ações, a gestora tem seguido uma abordagem consciente. Para ele, sob este momento de altas taxas de juros, há muita incerteza do que virá por causa de acordos de eventos geopolíticos. 

Investimentos no Brasil 

Segundo Christensen, atualmente o baixo crescimento econômico do Brasil é a principal preocupação para os investimentos no país. Ele explica que, se o cenário seguir desta maneira, as aplicações tendem a ter performance impactada no médio e longo prazo. 

Em outro plano, ele comentou ainda que a eleição aflige o mercado. O estrategista-chefe da BlackRock disse que, dependendo do resultado (levando em conta não apenas a disputa pela presidência da República, mas também a nova composição do Congresso), estratégias devem ser pensadas a partir de uma visão global diversificada – obviamente, a cada necessidade que surgir.