O ex-deputado federal Roberto Jefferson foi indiciado nesta segunda-feira (24) pela Polícia Federal por quatro tentativas de homicídio por conta dos disparos de fuzil realizados contra agentes da PF antes de ser preso no domingo, informou a corporação.
Aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), que é candidato à reeleição, Jefferson foi preso após várias horas de negociações com agentes da PF que foram até a casa do ex-deputado no interior do Estado do Rio de Janeiro para cumprir uma decisão que revogava a prisão domiciliar dele. Na chegada da PF, o ex-parlamentar lançou granadas e atirou contra os agentes, deixando dois policiais federais feridos.
Jefferson acabou sendo preso em flagrante devido ao ataque, o que gerou o indiciamento do ex-deputado, de acordo com a assessoria de imprensa da PF.
Os dois policiais federais feridos por estilhaços de granadas lançadas pelo ex-parlamentar estão fora de perigo. Gustavo Cunha, advogado do ex-deputado, disse que Jefferson não tentou matar os policiais e fez os disparos “para dar susto”.
“Entendo que o Roberto não tentou matar os policiais. Ele estava numa posição privilegiada, facilmente teria matado todos os policiais se quisesse. Não atirou neles, foi tiro para dar susto, tipo: ´sai daqui´“, afirmou o advogado.
Prisão de Roberto Jefferson
O ex-parlamentar está detido em um presídio na zona norte do Rio de Janeiro passará por audiência de custódia nesta segunda. Segundo o advogado, dificilmente será concedido um habeas corpus.
“Quem continua como juiz dele é o Alexandre de Moraes. O Roberto Jefferson é um dos presos favoritos do Moraes“, afirmou o advogado, que contestou o mérito da prisão no âmbito do processo das chamadas milícias digitais.
“Há quatro meses o pleno do STF decidiu que os autos do processo deveriam baixar para a vara federal porque o STF não tinha competência. Há quatro meses o Roberto peticiona pedido e o Alexandre de Moraes ignora totalmente”, disse.
O ex-deputado havia sido inicialmente preso em caráter preventivo em agosto de 2021 pela PF, por determinação de Moraes, em uma investigação que incitação ao crime e ataques a instituições.
Jefferson estava em prisão domiciliar desde janeiro e proibido de usar as redes sociais. No entanto, em um vídeo publicado nas redes, ele fez ofensas à ministra Cármen Lúcia, do STF, o que motivou a revogação de sua prisão domiciliar e a determinação para que fosse novamente preso.
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