A arrecadação federal voltou a registrar recordes em setembro, com alta real de 4,07% no mês sobre igual período do ano passado, atingindo também nível mais alto da série para o resultado acumulado do ano, com ganho maior de tributos de entidades financeiras e empresas ligadas à exploração de petróleo, divulgou a Receita Federal nesta terça-feira.
Os recolhimentos do governo federal alcançaram R$ 166,287 bilhões em setembro, melhor resultado para o mês da série histórica da Receita corrigida pela inflação, iniciada em 1995.
A arrecadação administrada pela Receita, que engloba a coleta de impostos de competência da União, cresceu 2,65% em termos reais em setembro, para R$ 159,603 bilhões. Já aquelas administradas por outros órgãos, com peso grande dos royalties sobre a exploração de petróleo, subiram 54,98%, a R$ 6,684 bilhões.
Os setores da economia em que a arrecadação mais cresceu no mês foram entidades financeiras, com alta de 16,89% sobre setembro do ano passado, para R$ 16,3 bilhões; e extração de petróleo e gás (+167,11%, a R$ 1,3 bilhão) – cujos preços internacionais estão elevados diante da guerra da Ucrânia.
A Receita também destacou a alta de 86,41% do recolhimento do Imposto de Renda sobre ganhos de capital, que somou R$ 6,7 bilhões, impulsionado principalmente pela arrecadação dos investimentos em renda fixa e fundos, cuja rentabilidade tem aumentado em meio à elevação da taxa básica de juros.
O fisco destacou ainda o crescimento de 9,85% no recolhimento de Imposto de Renda da pessoa jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, indo a R$ 28,4 bilhões no mês.
O crescimento da arrecadação se deu a despeito de desonerações promovidas pelo governo no IPI e o PIS-Cofins sobre combustíveis, que somadas tiveram impacto negativo de 5,7 bilhões de reais sobre as receitas do mês, segundo o fisco.
No acumulado de janeiro a setembro, o crescimento real da arrecadação foi de 9,52%, a R$ 1,631 trilhão, também com o desempenho mais forte para o período de toda a série histórica.
Os ganhos com royalties nos nove meses do ano somam R$ 75 bilhões, uma elevação de 28,7% acima da inflação.
Segundo a Receita, o principal fator a contribuir para o desempenho da arrecadação é o comportamento dos indicadores econômicos, que estão em trajetória de alta.
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