Para alguns investidores, a liquidação das principais ações de tecnologia é mais do que um mercado de baixa. É o fim de uma era para um punhado de gigantes como Facebook (Meta) e Amazon.
Essas empresas — conhecidas junto com Apple, Netflix e Google (Alphabet) como FAANGs — lideraram a mudança para um mundo digital e ajudaram a fortalecer um mercado altista por 13 anos.
Mas a história mostra que líderes de mercado de uma época quase nunca dominam a próxima. Há sinais iniciais de que uma mudança já está em andamento: o crescimento desacelerou ou evaporou para Netflix e Meta, enquanto o tamanho da Amazon, Apple e Alphabet torna improvável que elas ofereçam no futuro os enormes retornos que deram no passado.
“Achamos improvável que as FAANGs liderem o próximo ciclo de altas de tecnologia”, disse Richard Clode, gestor da Janus Henderson Investors, acrescentando que reduziu “substancialmente” suas participações nesses papeis. “Estamos em nossa menor exposição às FAANGs desde que o jargão foi criado.”
Se é mesmo o fim do ciclo dessas empresas, foi um final e tanto.
O surto da pandemia de coronavírus no início de 2020 abalou todo o mercado de renda variável, mas depois de uma queda repentina, os índices voltaram com força total. As ações de tecnologia de grande valor de mercado, incluindo as FAANGs, lideraram a recuperação enquanto consumidores presos em casa encomendavam produtos pela Amazon, assinavam o Netflix para assistir seriados e passavam horas navegando no Facebook e Google em seus iPhones.
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Mas os investidores reavaliam o potencial de longo prazo destas empresas agora que as sociedades reabriram e juros mais altas em todo o mundo diminuíram o apetite por risco.
Um dos maiores atrativos para os investidores foram as taxas de crescimento superaltas oferecidas pelas empresas de tecnologia. Agora o crescimento parece mais modesto.
O crescimento “superior” das vendas — a característica mais associada às principais ações de tecnologia — desapareceu, pelo menos neste ano, escreveram estrategistas do Goldman Sachs. Eles preveem um crescimento de vendas de 8% para ações de tecnologia de altíssimo valor de mercado em 2022, abaixo do crescimento de 13% esperado para o índice S&P 500 mais amplo.
O Nasdaq 100 amarga queda de quase 30% no ano, ante 17% para o S&P 500.
–Com a colaboração de Jeran Wittenstein, Subrat Patnaik, Ryan Vlastelica, Michael Msika, Jan-Patrick Barnert e Geoffrey Morgan.
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