Os especialistas em energia da equipe de Lula concluíram que o atual plano estratégico de US$ 78 bilhões para cinco anos é insuficiente para fortalecer a atuação da empresa em setores prioritários como refino e biocombustíveis, de acordo com uma pessoa a par das recomendações do grupo.
Fundo de estabilização
O grupo também defende que o Congresso aprove um fundo de estabilização para aliviar choques de preços de combustíveis durante eventos como a invasão da Ucrânia pela Rússia, com a estruturação do fundo em três meses, segundo a pessoa. As recomendações ainda podem ser alteradas antes de serem enviadas ao ministério de minas e energia para consideração formal, segundo a fonte.
O coordenador do grupo de trabalho de Minas e Energia da transição de governo, Mauricio Tolmasquim, não comentou quais serão as recomendações formais do grupo.
Os investimentos no parque de refino visam reduzir urgentemente a dependência do Brasil de diesel e gasolina importados, e um plano nacional pode incluir instalações administradas pela Petrobras e privadas. O grupo sugere que o Ministério de Minas e Energia, o BNDES e o Ministério da Indústria trabalhem em um plano de expansão do refino com a Petrobras.
Transição energética
Lula tem defendido que a Petrobras invista mais para se preparar para a transição energética e para que o Brasil se torne autossuficiente em refino, uma mudança relevante ante às políticas atuais que se concentram em maximizar os lucros de campos gigantescos de petróleo em águas profundas e desinvestir em negócios menos lucrativos.
Os investidores esperam que a Petrobras turbine os investimentos e reduza os pagamentos recordes de dividendos, e as ações acumulam queda de cerca de 30% desde que Lula foi eleito em 30 de outubro.
A equipe de transição de Lula para a energia inclui os dois principais candidatos ao cargo de presidente da Petrobras – Jean Paul Prates, senador pelo Partido dos Trabalhadores, e Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O relatório do grupo técnico será encaminhado ao próximo ministro de Minas e Energia, ainda não nomeado por Lula, para decisão sobre a adoção das medidas sugeridas.