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Economia

Goldman descarta alta do Fed em março e mercado desfaz apostas

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano caminham para o declínio mais acentuado desde outubro de 1987.

Sede do Goldman Sachs em Nova York 20/01/2010. REUTERS/Brendan McDermid

Menos de uma semana depois que o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, abriu espaço para uma nova aceleração no ritmo de aumento de juros, o mercado descarta essa possibilidade em meio à súbita turbulência no setor bancário dos EUA.

Economistas do Goldman Sachs disseram que não esperam mais que o Fed eleve juros na próxima semana, mesmo depois que as autoridades americanas tomaram medidas para conter uma crise decorrente das quebras do Silicon Valley Bank e do Signature Bank.

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano de dois anos caminham para o declínio de três dias mais acentuado desde outubro de 1987, após o colapso das bolsas conhecido como Black Monday. Da mesma forma que o choque naquele ano interrompeu um ciclo de aperto monetário, o mercado agora se volta rapidamente para apostas de cortes de juros do Fed já no segundo semestre deste ano.

A sede do Silicon Valley Bank em Santa Clara, Califórnia. Crédito: Bloomberg.

O risco de uma crise bancária ressalta a tensão entre os esforços do Fed para esfriar a economia e domar a inflação, por um lado, e as crescentes preocupações de que 4,5 pontos percentuais de aumento de juros em um ano provocarão uma recessão e uma derrocada de ativos mais arriscados.

As autoridades do Fed entram em um período de silêncio antes da reunião de 21 e 22 de março. Na semana passada, os economistas esperavam um aumento de 0,25 ponto percentual, com seis prevendo um movimento de 0,50.

Os reguladores financeiros dos EUA foram levados a agir no domingo para conter a turbulência. O Fed criou um mecanismo de emergência para permitir que bancos ofereçam uma série de ativos de alta qualidade em troca de dinheiro por um prazo de um ano. As autoridades também se comprometeram a proteger totalmente até mesmo os depósitos não garantidos do SVB, e afrouxaram os termos para empréstimos por meio dos mecanismos regulares de liquidez do Fed.

Essas medidas devem fornecer “liquidez substancial aos bancos que enfrentam saques de depósitos e melhorar a confiança entre os correntistas”, disse em nota Jan Hatzius, do Goldman. Mesmo assim, ele descartou sua previsão anterior de um aumento de 0,25 de ponto percentual na próxima semana e disse que há “incerteza considerável” sobre a trajetória a seguir.

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