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Finanças

Taxas futuras de juros fecham estáveis, com foco no exterior e no arcabouço

Divulgação do relatório Focus e do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) não fizeram preço.

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam esta segunda-feira próximas da estabilidade, em meio à realização de lucros após recuos recentes, ao viés de alta trazido pelo exterior e à expectativa em torno do envio ao Congresso do novo arcabouço fiscal, novamente adiado.

Durante boa parte da sessão, o viés foi de alta para as taxas, com a curva a termo acompanhando o avanço dos rendimentos dos Treasuries, na esteira do crescimento, para cerca de 88%, das chances implícitas em contratos futuros de juros de que o banco central dos EUA eleve os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual em seu próximo encontro.

Os recuos consistentes nas taxas futuras na semana passada favoreciam o movimento de alta, com investidores realizando parte dos lucros recentes e ajustando posições.

Além disso, o mercado seguiu à espera da apresentação ao Congresso do novo arcabouço fiscal, marcado para esta segunda-feira. O texto, no entanto, ficou para terça-feira, com chances de adiamento por mais um dia, conforme o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

“Acho que ficou para amanhã (terça-feira), mas pode ser amanhã, pode ser depois”, disse Haddad a jornalistas em Brasília.

Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o adiamento acabou influenciando a curva.

“Lógico que isso acaba pesando um pouco no Brasil, um pouquinho na curva de juros por aqui. Também observamos um movimento nos Treasuries nos EUA, uma leve abertura, o que acaba se refletindo na curva de juros no Brasil”, afirmou, ao avaliar o viés de alta sustentado por boa parte da sessão.

A divulgação do relatório Focus e do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), ambos pela manhã, não fizeram preço.

O economista da BlueLine Asset Management, Flavio Serrano, pontuou que as projeções de inflação no Focus para 2025 e 2026 seguiram em 4%. Já o IBC-Br, que recuou 0,04% em janeiro, veio dentro do esperado.

“Sem grandes surpresas. O IBC-Br não mudou a percepção sobre a atividade econômica. Em fevereiro, a atividade não deve ser tão boa também, devendo ficar entre zero e meio (por cento). Em março, provavelmente foi melhor, mas não temos informações ainda”, afirmou Serrano.

Durante a tarde, o viés de alta arrefeceu em alguns vencimentos, em especial nos mais longos, que chegaram a virar para o negativo. Ainda assim, as taxas ficaram muito próximas dos patamares dos ajustes da sexta-feira.

No fim da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 13,21%, ante 13,193% do ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,9%, ante 11,884%. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 estava em 11,65%, ante 11,648% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,725%, ante 11,744%.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava apenas 4% de chances de o Banco Central reduzir a Selic em 0,25 ponto porcentual no encontro de política monetária de maio e 96% de probabilidade de ele manter a taxa em 13,75% ao ano.

Nos EUA, os rendimentos dos Treasuries seguiam em alta.

Às 16:48 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 7,30 pontos-base, a 3,5946%.

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