O Ibovespa fechou em leve alta nesta quinta-feira (20), antes de feriado de Tiradentes no Brasil, destoando de Wall Street, com certa correção após queda de mais de 2% na véspera. Apesar do desempenho positivo na sessão, o indicador encerrou a semana no vermelho, diante, em especial, de preocupações quanto à viabilidade do arcabouço fiscal e, no exterior, temor de elevação dos juros nos Estados Unidos.
Após a forte alta da véspera, o dólar fechou em baixa nesta sessão e em alta na semana.
No dia, o Ibovespa subiu 0,44%, a 104.366 pontos, enquanto na semana caiu 1,80%. Já o dólar teve baixa de 0,54% frente ao real, a R$ 5,0584, nesta sessão, enquanto teve alta de 2,92% na semana.
As taxas dos contratos futuros de juros também recuaram em toda curva a termo, em um movimento de ajuste após o forte avanço da véspera. A taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em baixa de 0,41%, a 13,22. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2026 fechou em queda de 1,26%, a 11,77.
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Esse movimento ocorre após forte queda do Ibovespa e disparada do dólar no dia anterior, o que foi atribuído por investidores, em parte, à avaliação de que a proposta do novo arcabouço do governo para as contas públicas traz inconsistências e exime o governo de responsabilidades pelo descumprimento das metas fiscais, além de embutir metas ambiciosas demais.
Enquanto isso, a demissão do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general da reserva Gonçalves Dias, inflamou a oposição e fez crescer o risco do governo ter de enfrentar sua primeira CPMI no Congresso para investigar o 8 de janeiro.
Isso “poderá comprometer a tramitação do arcabouço fiscal” no Congresso, disse nesta quinta-feira Guilherme Esquelbek, analista da Correparti Corretora.
Do cenário interno, o mercado repercutiu a notícia de que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos subiram em 5 mil, para 245 mil em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 15 de abril. Economistas consultados pela Reuters previam 240 mil pedidos para a última semana. O dado sugere que o mercado de trabalho está desacelerando gradualmente.
Destaques da bolsa
Vale
Depois do tombo de 3% do dia anterior, a ação VALE3 fechou novamente em queda, agora de 2,09%, a R$ 74,66, acompanhando a baixa nos preços do minério de ferro nas bolsas orientais de Dalian e Cingapura. O movimento dos preços ocorreu com investidores de olho em alta da oferta e produção de aço abaixo do esperado.
Usiminas
A ação USIM5 fechou em queda de 3,62%, a R$ 7,18, com o mercado repercutindo o balanço da empresa divulgado mais cedo. A Usiminas teve lucro líquido de R$ 544 milhões no primeiro trimestre, uma queda ante o desempenho positivo de cerca de R$ 1,3 bilhão obtido um ano antes, mas acima das expectativas do mercado.
A companhia apurou um desempenho operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 783 milhões entre janeiro e março, queda de 50% sobre um ano antes.
Analistas, em média, esperavam que a Usiminas publicasse lucro líquido de R$ 336,5 milhões para o primeiro trimestre e Ebitda de R$ 760,9 milhões, segundo dados da Refinitiv.
Bolsas mundiais
Wall Street
Os principais índices de ações dos Estados Unidos fecharam em queda nesta quinta-feira, após relatórios trimestrais decepcionantes de empresas como Tesla e AT&T, enquanto investidores buscavam clareza sobre a trajetória da taxa de juros.
Segundo dados preliminares, o S&P 500 perdeu 0,59%, para 4.129,99 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,80%, para 12.059,56 pontos. O Dow Jones caiu 0,32%, para 33.788,30 pontos.
Europa
As ações europeias fecharam em baixa pela segunda sessão consecutiva nesta quinta-feira, após balanços corporativos decepcionantes. O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,15%, a 467,43 pontos.
Preocupações com mais aumentos de juros pelo banco central Europeu (BCE) permaneceram em meio a comentários agressivos de formuladores de política monetária e à medida que mais leituras continuam a apontar para uma inflação persistente.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que a inflação na zona do euro está muito alta e que a política monetária do BCE “ainda tem um longo caminho a percorrer” para trazer a inflação para sua meta de 2%.
- Em LONDRES, o índice Financial Times avançou 0,05%, a 7.902,61 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,62%, a 15.795,97 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,14%, a 7.538,71 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,10%, a 27.627,12 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,46%, a 9.450,90 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,00%, a 6.159,96 pontos.
Ásia
As ações chinesas caíram nesta quinta-feira, embora os papéis de tecnologia da informação tenham disparado, uma vez que a recuperação econômica desigual após a reabertura da economia deste ano devido às restrições contra a covid afetou o sentimento do mercado.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei avançou 0,18%, a 28,657 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG subiu 0,14%, a 20,396 pontos.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdia 0,09%, a 3,367 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, recuou 0,28%, a 4,113 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,46%, a 2,563 pontos.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,40%, a 15,707 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,32%, a 3.313 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,04%, a 7,362 pontos.
*Com informações da Reuters.
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