A SpaceX, do bilionário Elon Musk, lançou na quinta-feira (20) seu foguete Starship pela primeira vez usando seu poderoso propulsor Super Heavy em um voo de teste não tripulado que terminou minutos depois com o veículo explodindo no céu.
O foguete de dois estágios decolou das instalações de teste a leste de Brownsville, no Texas, para o que a SpaceX esperava, na melhor das hipóteses, que seria um voo de estreia de 90 minutos para o espaço.
Um webcast ao vivo da SpaceX da decolagem mostrou o foguete subindo da torre de lançamento para o céu da manhã enquanto os motores de raptor do Super Heavy ganhavam vida em uma bola de chamas e nuvens ondulantes de exaustão e vapor d’água.
Mas em menos de quatro minutos de vôo, a Starship de estágio superior não conseguiu se separar conforme projetado do Super Heavy de estágio inferior, e o veículo combinado foi visto virando antes de explodir.
No entanto, os funcionários da SpaceX no webcast comemoraram a façanha de tirar do solo a nave estelar totalmente integrada e o foguete de reforço para um lançamento limpo e consideraram o breve episódio um voo de teste bem-sucedido.
Explosão 1 dia após balanço da Tesla
A explosão do foguete da SpaceX acontece um dia após a divulgação do balanço da Tesla (TSLA34), também de Musk. As margens da Tesla ficaram abaixo das estimativas do mercado para o primeiro trimestre, limitadas por uma série de cortes agressivos nos preços na intenção de estimular a demanda em uma economia em declínio e afastar a concorrência cada vez maior.
A Tesla divulgou margem bruta total de 19,3%, em comparação com as expectativas de 22,4%, de acordo com 14 analistas consultados pela Refinitiv. Esse foi o valor mais baixo desde o quarto trimestre de 2020.
As ações da montadora com sede em Austin, no Texas, chegaram a recuar quase 4% no pós-mercado.
A fabricante de veículos elétricos tem reduzido seus preços diversas vezes nos Estados Unidos, na China e outros em mercados desde o final do ano passado, com Musk dizendo que a Tesla poderia sacrificar suas margens se fosse para impulsionar o crescimento no volume de vendas durante uma recessão.
No entanto, os analistas dizem que a Tesla talvez precise cortar ainda mais os preços, pressionada pela atual guerra de preços, especialmente na China, para sustentar a demanda por sua linha de modelos antigos, ainda que permaneça produzindo versões mais atualizadas nas fábricas da empresa em Berlim e no Texas.
Nos Estados Unidos, onde os recentes subsídios ao setor têm impulsionado modestamente as vendas, a Tesla reduziu seis vezes os preços dos carros até agora neste ano, o que diminuiu sua margem bruta automotiva. A empresa também ampliou os cortes de preços em Cingapura, Israel e Europa.
A Tesla reiterou na quarta-feira sua previsão de entregar cerca de 1,8 milhão de veículos este ano. A companhia disse anteriormente que entregou bem menos carros do que o produzido devido problemas de logística. No primeiro trimestre, a Tesla entregou cerca de 18 mil carros a menos do que produziu.
A empresa divulgou receita de US$ 23,33 bilhões no primeiro trimestre, ante estimativa de US$ 23,21 bilhões, de acordo com consenso de 22 analistas consultados pela Refinitiv.
A empresa reportou lucro líquido de US$ 2,5 bilhões, abaixo dos US$ 3,32 bilhões registrados um ano antes.
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