As ações da Braskem (BRKM5) registram forte queda nesta segunda-feira (15) após a Petrobras (PETR4) avaliar comprar o controle da companhia ao exercer seu direito de preferência, segundo a coluna Painel S.A., da Folha de S. Paulo. No entanto, a petroleira negou em fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os papeis BRKM5, cotados a R$ 22,75, caiam 6,46% às 14h30. As ações PETR4 registravam queda de 2,97% no mesmo horário, negociadas a R$ 25,47.
Segundo noticiou em primeira mão a coluna da Folha, o presidente Jean-Paul Prates teria comentado sobre o interesse da petroleira em resposta a oferta feita pela estatal árabe Adnoc e o fundo americano Apollo. Ambos sinalizaram a intenção de comprar a companhia pelo valor de face de R$ 47 por ação. A oferta compreenderia no pagamento de R$ 20 por ação pagos em dinheiro, R$ 20 a serem pagos com debêntures perpétuas com taxa de 4% ao ano e cerca de R$ 7 com o pagamento diferido na forma de “warrant”.
Mas segundo a Petrobras, a companhia “não está conduzindo nenhuma estruturação de operação de venda no mercado privado e não houve qualquer decisão da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração em relação ao processo de desinvestimento ou de
aumento de participação na Braskem mencionadas na referida matéria”.
Atualmente, a ex-Odebrecht (atual Novonor) tem o controle acionário da Braskem. Caso aceite vender sua fatia, a Petrobras segue na ordem de preferência entre possíveis compradores por deter hoje 47% do capital votante da petroquímica brasileira.
Segundo apurou O Painel, a oferta dos árabes foi ignorada dado ter sido considerada baixa. E como a Braskem segue com dívidas preocupantes – com suas ações desvalorizadas na proporção de seis vezes o Ebitda – seria preciso buscar uma outra saída.
Outro ponto levantado foi de que a Petrobras seguiria orientações do presidente Lula para ampliar o controle de empresas estratégicas.
Balanço Braskem
A Braskem divulgou na noite da última segunda-feira (8) lucro líquido de R$ 184 milhões para o primeiro trimestre, tombo de 95% sobre o desempenho de um ano antes. A receita líquida da companhia despencou 27%, para R$ 19,45 bilhões.
A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) desabou 78% sobre um ano antes, para R$ 1,06 bilhão.
A companhia afirmou que a performance deve-se à queda dos spreads de preços do setor petroquímico sobre o primeiro trimestre de 2022, embora tenham mostrado melhora sobre o final do ano passado.
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