A Azul (AZUL4) disse nesta quarta-feira (28) que um grupo que representa cerca de 86% de detentores de bônus da empresa com vencimento em 2024 e 2026 concordou com uma proposta de troca de dívida feita pela companhia para prorrogar os vencimentos para 2029 e 2030.
A oferta foi anunciada pela companhia aérea neste mês e é parte de um plano de reestruturação mais amplo que também inclui acordos com arrendadoras de aeronaves para a redução dos pagamentos, com 65,5% dos detentores de bônus inicialmente concordando com a proposta.
Agora, com a fase de participação inicial da oferta concluída, a companhia aérea comemorou o que classificou como um elevado nível de aceitação.
“É um número super positivo, mostra que a oferta foi super bem sucedida”, disse o diretor financeiro da Azul, Alex Malfitani, à Reuters em uma entrevista. “Isso deixa a gente numa posição super sólida financeira, sem essa dúvida pairando sobre nós se a gente ia conseguir fazer a rolagem dessa dívida.”
A Azul espera que a oferta de troca de dívida em um total de US$ 1 bilhão retire um peso sobre as ações da companhia em um momento em que lida com um elevado endividamento de curto prazo, mesmo tendo que aumentar os juros pagos sobre esses títulos em um cenário de altos custos de empréstimos.
“O custo do dinheiro aumentou no mundo todo e isso faz parte do jogo, é cíclico… O cupom que a gente conseguiu negociar é palatável para nós. Apesar de ser mais alto, ele cabe dentro do nosso modelo de negócio, da nossa geração de fluxo de caixa”, disse Malfitani.
Veja também
- Mesmo com acordo, Azul encontra dificuldades para levantar dinheiro
- Azul corre para levantar recursos após acordo com arrendadores
- Azul faz acordo de R$ 3 bilhões com mais de 90% de credores
- Azul diz que mantém conversas com portuguesa TAP sobre dívida
- CEO da Azul descarta pedir recuperação judicial: ‘não estamos quebrados’