*ARTIGO
A B3 (B3SA3), bolsa de valores do Brasil, deu um importante passo em direção à inovação ao anunciar, na última segunda-feira (16), o lançamento de uma nova plataforma para emissão, registro e negociação de ativos reais por meio de tokens.
Com a utilização da tecnologia blockchain, a B3 busca aumentar a segurança e eficiência nas transações de criptoativos, atendendo à crescente demanda do mercado por exposição segura a produtos digitais.
Essa inovação — e lançamento — promete trazer mais agilidade, transparência e liquidez ao mercado, abrindo portas para novas oportunidades de investimento e diversificação de carteiras.
“A B3 oferece uma plataforma completa, com tecnologia de ponta e segurança, para facilitar a negociação de ativos tokenizados de forma ágil e transparente, permitindo que todos os tipos de investidores possam ampliar as possibilidades de diversificação de suas carteiras”
Humberto Costa, superintendente de novos negócios da B3
Em outras palavras, a B3 está criando um ambiente propício para a diversificação de investimentos, a ampliação do acesso ao mercado financeiro e o aumento da liquidez de ativos pouco líquidos.
A primeira tokenização já foi feita
A plataforma já nasce com a primeira tokenização de ativo regulado. Neste caso, debêntures, títulos de dívida emitidos por uma instituição financeira foram os escolhidos para inaugurar o sistema.
Para garantir a solidez à operação, Costa afirmou que o ativo foi mantido na depositária de renda fixa, seguindo o arcabouço regulatório vigente, e replicado para a nova tecnologia.
Por sua vez, os tokens representativos das debêntures foram transferidos para carteiras digitais (wallets) de outras instituições, seguindo o arcabouço regulatório vigente.
Esse marco histórico mostra a inovação dessa nova forma de transacionar ativos reais, já que usa a tecnologia blockchain. No entanto, o superintendente fez questão de ressaltar que a companhia já tem outros projetos semelhantes em andamento.
Importância do blockchain
Para compreender melhor a importância e os benefícios da nova plataforma da B3, é fundamental conhecer, ao menos o básico, como o blockchain funciona.
Resumidamente, o blockchain é como um banco de registro público de dados. Por sua vez, ele é baseado em uma rede descentralizada de usuários que proporciona mais confiança e clareza nas transações. A saber:
- Cada transação é processada, avaliada e aprovada ou rejeitada pelos nós (participantes) da rede.
- A incorporação das transações é feita de forma consensual por tais usuários, onde não há uma autoridade central que dita as regras do sistema.
- Garantindo a autenticidade e a integridade dos dados, cada nó da rede mantém uma cópia idêntica do registro distribuído dos dados.
Com isso, o blockchain proporciona uma infraestrutura confiável e transparente, além de reduzir custos e agilizar as operações. Ou seja, ele proporciona um novo paradigma no mercado financeiro, já que é essencial para a tokenização de ativos reais regulados.
O futuro da tokenização
A tokenização está se tornando uma realidade inegável na digitalização das economias, e a iniciativa da B3 é um claro indicador desse movimento transformador.
Essa evolução tecnológica também tem o potencial de impulsionar a inclusão financeira. Com a segurança, transparência e a agilidade proporcionadas pelo blockchain, diversos modelos de negócios poderão se beneficiar dessa nova forma de oferta e transação de ativos.
Além das debêntures, outros produtos negociados pela B3, como ações, títulos de renda fixa e fundos imobiliários, podem ser tokenizados, ampliando as oportunidades de investimento para os participantes do mercado.
No futuro — aparentemente não tão distante —, podemos esperar um cenário em que a tokenização se tornará uma prática comum, trazendo benefícios para governos, empresas, bancos, startups e todos os tipos de investidores.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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