A presidente da BlackRock no Brasil, Karina Saad, disse para uma plateia de agentes do mercado que o Brasil vem se destacando de seus pares e que o investidor estrangeiro está voltando os olhos para o mercado local por ver que o país não vai virar uma Argentina.
“O investidor estrangeiro está observando a evolução econômica do país com uma visão de menor possibilidade de estresse econômico e que o Brasil não vai virar uma Argentina ou uma Venezuela”.
karina saad, presidente da blackrock no brasil
Saad apontou ainda, durante conferência promovida pela Eurasia Group, que existe um diferencial de crescimento entre a economia americana e a brasileira, uma vez que há um maior otimismo na América Latina pelo fato de a região estar mais adiantada quanto ao fim do aperto monetário, em um movimento contrário do visto em países desenvolvidos, com excessão do Japão. Com isso, o Brasil vem atraindo capital estrangeiro.
“Temos visto aumentar o fluxo de investimento estrangeiro para o Brasil sendo que pouco tempos atrás vimos uma fuga destes investidores”
Segundo dados da B3, o saldo dos investimentos estrangeiros no Brasil estava positivo em cerca de R$ 6 milhões no acumulado de junho até o dia 26.
A presidente da BlackRock também comentou sobre o bom desempenho do Ibovespa no ano. O indicador acumula alta de 10,58% no acumulado de 2023 até esta quinta-feira (29). Saad ainda citou a evolução do arcabouço fiscal tramitando com maior responsabilidade fiscal – o que colabora com a alta no mercado de capitais no Brasil.
Brasil versus outros emergentes
Segundo Saad, a BlackRock enxerga o Brasil com uma posição mais favorável quando comparado a outros mercados emergentes, como Chile, Rússia, África e China.
“Chile está menos atraente, Rússia menos ainda, África do Sul tem seus problemas estruturais, e a China tem suas complexidades. Logo, o Brasil se beneficia nesse momento”.
karina saad, presidente da blackrock no brasil
Outro ponto destacado pela executiva foi a questão da transição energética que deve mobilizar grandes fluxos de capital no país.
Temor de maior aperto monetário pelo Fed
Já sobre a economia americana e o impacto em outros mercados globais, o receio da maior gestora de ativos do mundo é se o Federal Reserve (Fed) for mais agressivo na decisão de aumento na taxa de juros.
“O que mais me preocupa do ponto de vista do mercado de capitais é que o Fed seja mais agressivo e aumente a taxa de juros 3 ou 4 vezes mais em magnitudes maiores do que as vistas agora”.
A executiva disse que a perspectiva da gestora é que o banco central norte-americano faça mais um ou dois movimentos de alta na taxa de juros e que está descartada a possibilidade de começar o afrouxamento monetário em 2023.
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