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Economia

Tebet defende autonomia do BC: ‘dei voto de confiança a Campos Neto’

Antes de reunião do CMN, ministra também afirmou que ‘não se fala em alteração da meta de inflação’.

Apesar de fazer coro às críticas do governo ao atual patamar da Selic, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, lembrou nesta quinta-feira (29) que, enquanto senadora, votou pela autonomia do Banco Central e se disse favorável ao tema. “Eu dei meu voto de confiança ao Roberto Campos Neto”, declarou, em referência ao presidente do BC.

Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)
Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

As declarações foram feitas horas antes da ministra participar da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) na qual será discutida a meta para a inflação. Ela falou de forma virtual em conferência promovida pela Eurasia Group.

Mais cedo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que acredita que o Brasil “não precisa ter uma meta de inflação tão rígida como estão querendo impor agora sem alcançar”.

No evento desta quinta, Tebet disse que “não se fala agora em alteração da meta de inflação”, em linha com o que havia falado na véspera o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Queda da Selic

Apesar de o Banco Central ter mantido na última reunião do Copom a taxa de juros em 13,75%, Tebet afirmou que a situação atual do Brasil é muito diferente, com uma inflação controlada, apesar de o país ter ainda uma das maiores taxa de juro real.

“Hoje o ambiente é mais favorável para começar a ter um recuo na Selic, há maiores perspectivas para o crescimento do país, e hoje não temos uma crise institucional, uma vez que no ano passado era discutido a legitimidade das eleições”.

Reforma tributária

Tebet também afirmou que a Reforma Tributária deve ser votada até final de outubro e que em 31 de dezembro o país “deverá ter finalmente um sistema tributário justo”.

Ainda segundo Tebet, o projeto de reforma em discussão, “se não é ideal, é uma uma reforma tributária muito boa”, uma vez que as mudanças propostas têm a capacidade de aumentar a produtividade econômica no país, em sua avaliação.

“Ela tem a capacidade de reduzir o custo do Brasil, garantindo menos litígio e uma dedução de créditos, simplificando os impostos causando um efeito positivo na economia brasileira”.

Segundo a ministra, nunca foi visto uma ambiente tão favorável e maduro para uma reforma tributária e que a urgência vai levar a aprovação do texto na Câmara. Tebet disse aguardar que o texto passe pela análise da Casa até a primeira semana de agosto, uma vez que terá o recesso de julho, o que aperta o prazo para ser aprovado antes.

Vista aérea do Congresso, em Brasília 18/04/2013 REUTERS/Ueslei Marcelino

Mas a ministra ressaltou ser necessário cautela, uma vez que há pontos de forte impacto, como a preocupação da reforma aumentar a carga tributária no setor de serviços. Por outro lado, “a reforma vai diminuir a carga tributária da indústria que é a que mais gera empregos com carteira assinada e com o melhor salário”, segundo ela.

Ainda de acordo com a ministra, será discutida uma outra reforma que não será sobre o consumo, mas sobre a renda. “O Brasil tem uma desigualdade de impostos muito grande, nós temos que rever a nossa tributação, e aqui não estou falando sobre tributar grandes fortunas. Não é nada disso.”

Tebet apontou que há um compromisso do presidente Lula de chegar até o fim do seu governo a tabela do Imposto de Renda atualizada.

Novo PAC

A ministra também afirmou que o governo Lula deve lançar um novo PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) no final de julho ou começo de agosto, “diferente do anterior”.

“O governo está para anunciar novas medidas. Uma delas é um novo PAC, que não vai ser um PAC, será uma política de investimentos, não só de investimentos públicos, mas também de parceria com a iniciativa privada”.

“O governo federal sabe que o Brasil só vai voltar a crescer se tiver investimento público e privado em parceria.”

Simone tebet, ministra do planejamento

Segundo Tebet, o anúncio será feito até o início de agosto, no máximo, a depender da agenda do presidente Lula. O pacote vai incluir ações que já foram anunciadas, a exemplo de concessões de leilões de ferrovias, portos e rodovias.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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