Apesar do início do ciclo de cortes da taxa Selic, a incorporadora e gestora norte-americana de fundos imobiliários Greystar diz que o cenário brasileiro em 2023 mantém a locação de imóveis mais vantajosa que a compra. A empresa se prepara para o lançamento das unidades de seu primeiro empreendimento no Brasil em setembro.
O principal ponto citado pela Greystar é o custo de financiamento ainda elevado, o que favorece a locação de imóveis em detrimento da compra neste momento.
Segundo dados do Banco Central, em julho, o financiamento imobiliário com taxas de mercado tinha juros de até 29% ao ano.
Nesse cenário, as incorporadoras têm reduzido os lançamentos. De acordo com dados divulgados em junho, nos primeiros quatro meses de 2023 houve uma queda acumulada de 14,8% nos lançamentos de novos empreendimentos. Os dados são da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
O presidente da ABRAINC, Luiz França, diz que a redução nos lançamentos reflete a preocupação das empresas em equilibrar a oferta e a demanda enquanto o setor aguarda que a redução da Selic se reflita nas taxas de financiamento para os consumidores.
Mas, apesar da queda dos lançamentos, as vendas de imóveis subiram 0,4% no mesmo período, segundo a associação. O destaque foi o segmento de médio e alto padrão, que teve um aumento de 7,1% no valor total vendido na comparação com o período anterior.
Cristiano Viola, diretor de operações da Greystar, cita a “carga cultural de décadas sobre ter o imóvel próprio”, mas avalia que isso é “algo que está em transição”. Ele menciona fatores comportamentais como mudanças no modelo do mercado de trabalho após a pandemia, entre outros.
“Muitas pessoas buscam lugares para viver sem a obrigação de fazer contratos superiores a 12 meses. É um segmento já consagrado em mercados internacionais, mas ainda recente e que vai amadurecer no Brasil”
Cristiano Viola, diretor de operações da Greystar
A Greystar opera mais de US$ 250 bilhões em imóveis, incluindo mais de 750 mil apartamentos investidos em 227 cidades pelo mundo.
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