*ARTIGO
Por muito tempo, o bitcoin (BTC) foi alvo de críticas intensas devido ao seu suposto alto consumo de energia. Estudos anteriores, incluindo o respeitado Bitcoin Electricity Consumption Index (CBECI) da Universidade de Cambridge, alimentaram essas preocupações. Porém, isso acabou de mudar.
O CBECI, lançado em 2019, era considerado uma referência para estimar o consumo de energia do bitcoin. Suas estimativas apontavam para um consumo de eletricidade alarmante, muitas vezes retratando a criptomoeda como uma ameaça ambiental. Mas a virada de jogo veio recentemente, com uma revisão na metodologia de cálculo dessas estimativas pela instituição.
Em relatório publicado no final de agosto (31) deste ano, a universidade revelou que suas estimativas anteriores eram excessivamente pessimistas, e que o BTC gasta muito menos energia do que se imaginava.
Isso é especialmente importante quando se pensa que o índice era — e é — frequentemente utilizado de maneira seletiva para criticar o bitcoin, levando a debates sobre seu impacto ao meio ambiente. Portanto, parece que as preocupações são exageradas e não fazem mais sentido.
A revisão da Universidade de Cambridge não apenas reacendeu o otimismo em relação ao Bitcoin, mas também destacou a importância de uma análise rigorosa e precisa para entender seu verdadeiro impacto.
Como o bitcoin consome energia?
O bitcoin consome energia porque opera em uma rede descentralizada que depende da mineração para manter a segurança. Ela envolve força de capacidade computacional de máquinas muito potentes.
Nesse sistema, muitos computadores em todo o mundo verificam e registram as transações no blockchain, o livro contábil público das criptomoedas. Dada a dimensão da tecnologia, no total há um consumo energético considerável.
Por outro lado, a revisão dos dados ofereceu uma perspectiva surpreendente, mostrando que o bitcoin não é o devorador de energia que muitos retrataram.
Os dados do relatório
De acordo com os novos números, a estimativa de 2022 para o gasto energético do bitcoin foi ajustada de 105,3 TWh para 95,5 TWh. No acumulado deste ano, ela também foi alterada de 75,7 TWh para 70,4 TWh.
Esse valor equivale a apenas 0,38% da capacidade de produção global de eletricidade, valor que torna a crítica do gasto energético da criptomoeda infundada.
Para colocar isso em perspectiva, o relatório menciona que o valor revisado é comparável ao consumo de eletricidade de países como Bélgica (83 TWh) e Holanda (113 TWh), o uso de energia de secadores de roupa nos EUA (108 TWh), e o desperdício de renovável na China (105 TWh).
Mas além de gastar menos energia do que se esperava, também há esforços contínuos para tornar a mineração de bitcoin mais eficiente, como o uso de energia renovável e avanços tecnológicos e constantes atualizações em seu software para melhorar sua eficiência energética.
Implicações para o debate ambiental
A revisão da Cambridge tem implicações significativas para o debate sobre o impacto ambiental do bitcoin, e os novos dados podem mudar a narrativa em torno da criptomoeda.
A partir de agora, em vez de ser visto apenas como um consumidor excessivo de energia, o bitcoin pode ser considerado como um ator que impulsiona a inovação em fontes de energia mais eficientes e sustentáveis. E mais: à medida que a busca por recursos sustentáveis cresce, o bitcoin pode se destacar como uma opção atrativa para tal.
Além disso, essa descoberta pode influenciar positivamente as discussões regulatórias em andamento, permitindo que a criptomoeda pioneira do mercado seja ainda mais aceita ao redor do mundo.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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