*ARTIGO
O Deutsche Bank, líder entre os bancos da Alemanha e com um total colossal 1,34 trilhão de euros (R$ 6,95 trilhões aproximadamente) em ativos sob gestão, está marcando presença no mundo das criptomoedas. Esta decisão estratégica é fruto de uma colaboração com a Taurus, uma fintech suíça especializada em ativos digitais.
Conforme divulgado, a principal meta dessa aliança é oferecer serviços de custódia de criptomoedas e tokenização aos clientes institucionais do banco.
Mas o que exatamente isso significa? Custódia de criptomoedas envolve o armazenamento seguro de ativos digitais, garantindo que eles permaneçam protegidos contra hackers e roubos. Já a tokenização, transformar qualquer bem, tangível ou intangível, em um token.
“Temos o prazer de anunciar que o Deutsche Bank firmou um acordo global com a Taurus! O Deutsche Bank aproveitará a tecnologia de custódia e tokenização da Taurus para gerenciar criptomoedas, ativos tokenizados e moedas digitais”, disse a plataforma Taurus ao anunciar parceria com o Deutsche Bank.
Isso significa que, com a capacidade de oferecer serviços de custódia e tokenização, o banco está disponibilizando a grandes players uma plataforma confiável para explorar as oportunidades do mercado de ativos digitais — movimento este que pode ser visto como um salto gigantesco em direção à aceitação mainstream das criptos.
Afinal, conforme disse Paul Maley, chefe global de serviços de valores mobiliários do Deutsche Bank, no anúncio da parceria, a iniciativa impacta diretamente o mercado de criptomoedas, o que pode, eventualmente, representar trilhões de dólares adicionais em ativos.
O motivo do interesse pelo mercado cripto
A entrada do Deutsche Bank no mundo das criptomoedas não é um capricho momentâneo. No ano passado, o Deutsche Bank já havia manifestado interesse no setor de ativos digitais, afirmando que o “bitcoin (BTC) é relevante demais para ser ignorado”.
Esta mudança de perspectiva do banco ao longo dos anos está alinhada com a percepção da Geração Y (millennials ou geração milênio), composta por indivíduos nascidos entre 1980 e 1994.
Enquanto as outras pessoas temem o aumento dos preços inerentes à inflação, os millennials tendem a se preocupar com o aumento das taxas de juros e como isso afeta seus investimentos. Por isso, estão mais dispostos a assumir os riscos inerentes ao investimento em ativos digitais, e enxergam as criptomoedas como a próxima fronteira financeira ao invés dos mercados tradicionais.
Impacto global do movimento
Enquanto muitos estão acompanhando de perto os desenvolvimentos regulatórios nos Estados Unidos, a decisão do Deutsche Bank de abraçar o mundo das criptomoedas demonstra que a Alemanha, país muitas vezes esquecido das manchetes quando se trata de ativos digitais, também está interessada no potencial da tecnologia.
No comunicado, Maley também enfatizou que o foco do banco não se limita apenas às criptomoedas, mas sim em apoiar seus clientes em todo o ecossistema de ativos digitais. Essa decisão pode incentivar outras instituições financeiras a seguir o exemplo, contribuindo para uma maior adoção global das criptomoedas.
Um futuro ‘criptonizado’
A entrada do Deutsche Bank no mundo cripto representa uma mudança de paradigma importante para a indústria. Esta é uma virada particularmente significativa, já que a Taurus apontou que “o interesse institucional está crescendo”.
Instituições financeiras tradicionais, como o Deutsche Bank, estão começando a adotar as criptomoedas, um movimento que pode não só atrair mais investidores, mas conferir ainda mais legitimidade ao mercado.
Essa iniciativa do banco não apenas valida as criptomoedas, mas também tem o potencial de impactar positivamente o Brasil e outros países. À medida que mais instituições financeiras tradicionais adentram o espaço das criptomoedas, é provável que a aceitação e regulamentação destas moedas digitais aumentem.
Em última análise, a decisão do Deutsche Bank representa um sinal claro de que as criptomoedas estão rapidamente se tornando parte integrante do sistema financeiro global, e sua aceitação e uso só tendem a crescer.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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