Novata na B3, Orizon vai investir na expansão da produção de biometano

A Orizon (ORVR3) está de olho no mercado de geração de energia e diz que vai investir na expansão dos projetos de biometano para a substituição de combustíveis fósseis. A empresa, que atua na cadeia de tratamento e reciclagem de resíduos, fez sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) há cerca de 2 anos na B3.

O biometano é um gás natural renovável proveniente da purificação do biogás, que é gerado a partir do lixo. Além de sustentável pela transformação dos resíduos sólidos urbanos, o biometano.

“Estamos muito focados no crescimento orgânico em cima dos ativos da companhia, como a implantação de projetos de biometano nos aterros, uma agenda que vai avançar entre 2024 e 2025.”

leonardo santos, cfo da orizon

Recentemente, a Orizon criou uma joint venture (JV) com a Compass Gás e Energia, empresa controlada da Cosan (CSNA3), para a oferta de biometano por meio da purificação de biogás. A fábrica com investimento de R$ 450 milhões vai ser construída no Ecoparque de Paulínia, no interior de São Paulo, com produção diária estimada em 180 mil metros cúbicos e potencial de alcançar até 300 mil.

A companhia, que atua no setor de infraestrutura e tem uma pegada ambiental, vê um mercado promissor, principalmente com o novo marco legal do saneamento do governo federal, que prevê o encerramento de lixões no país até 2024, reciclagem de ao menos 50% dos resíduos sólidos até 2040, entre outras medidas.

“Para uma companhia que tem projetos adequados para a destinação de resíduos, naturalmente o encerramento dos lixões aumenta o volume de resíduos nos aterros e cria novas oportunidades de novos projetos. Além disso, o marco deve aumentar a economia circular, aproveitamento de resíduos, de energia proveniente de resíduos”, afirmou Leonardo Santos.

Caixa negativo

O diretor financeiro da Orizon disse que pretende reverter em “poucos meses” o resultado financeiro negativo, divulgado no último balanço financeiro da companhia, que, de acordo com ele, foi impulsionado pelo crescimento.

“A expectativa é que em um curto prazo a gente consiga ver um resultado positivo da companhia. O resultado negativo não tem relação com questões operacionais. Se você analisar a margem Ebitda, é maior que 40%. Quando você vê o resultado líquido, você tem a base de ativos que ainda não geram resultado e estão depreciados”

leonardo santos, cfo da orizon

No segundo trimestre de 2023, a Orizon registrou prejuízo líquido de R$ 2,85 milhões, apesar da redução de perdas em 72,3% na comparação anual. O resultado financeiro da companhia ficou negativo em R$ 36,9 milhões, queda em 246% no ano, devido ao aumento da dívida bruta contraída na expansão.

“É uma conta ingrata em uma empresa que está crescendo porque você apresenta uma alavancagem mais alta no primeiro momento”, afirmou Santos.

De acordo com ele, as aquisições são recentes, e grande parte ocorreu entre o primeiro trimestre de 2022 e o segundo de 2023, e os ativos ainda estão sendo explorados.

Com dívida alongada para até 2028 após a aquisição de 11 players do mercado, a Orizon teve o índice dívida líquida/ebitda ajustado de 2,89 vezes no segundo trimestre deste ano, -0,6 vezes em relação ao trimestre anterior.

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Quem é a Orizon

A companhia brasileira com sede na capital paulista está presente em 11 estados brasileiros com 16 ecoparques. Foi uma das últimas a fazer o IPO na janela mais recente, de 2021.

Hoje a empresa tem 11% do market share do total dos resíduos sólidos coletados, ou seja, do volume de lixo coletado no Brasil, o que corresponde a 8,9 milhões de toneladas ao ano. Em todo o país, são coletadas 76 milhões de toneladas de resíduos, sendo que apenas 46 milhões de toneladas têm a destinação correta e vão para aterros sanitários.

A companhia se apresenta como das poucas empresas da América Latina a apresentar o portfólio completo aos seus clientes como a destinação final em aterros sanitários com o aproveitamento de biogás e crédito de carbono, energia renovável com a geração de biometano e eletricidade, economia circular com plantas renováveis em seus projetos e reaproveitamento do lodo.

Atualmente o Brasil ainda possui mais de 2 mil lixões ao ar livre em 2.200 cidades, o que representa mais de 30 milhões de toneladas de resíduos por ano.

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