Pelo menos 24,2 bilhões de dólares em criptomoedas foram enviados para endereços de carteiras digitais ilícitas em 2023, incluindo endereços identificados como sancionados ou vinculados ao financiamento de terrorismo e fraudes, informou a empresa de pesquisa Chainalysis nesta quinta-feira (18).
A tecnologia blockchain, base das moedas digitais, cria um registro de transações em que os remetentes e destinatários de dinheiro são identificados apenas pelos endereços de suas carteiras, que são uma sequência de letras e números.
A Chainalysis disse que a quantia de 24,2 bilhões de dólares é quase certamente subestimada e que deve aumentar à medida que a empresa identifica mais endereços ilegais. A companhia afirmou ainda que dobrou sua estimativa para 2022 de 20,6 bilhões de dólares para 39,6 bilhões.
Os dados da Chainalysis incluem apenas crimes relacionados a criptomoedas. A companhia disse que é impossível determinar, apenas com base nos dados de blockchain, o volume de moedas digitais que é produto de crimes não relacionados ao setor, por exemplo, quando a criptomoeda é o meio de pagamento no tráfico de medicamentos.
Em vez disso, a empresa contou as criptomoedas enviadas para endereços de carteiras identificados como ilícitos, além do volume de fundos roubados em invasões de carteiras de moedas digitais.
A Chainalysis disse que as entidades e jurisdições sancionadas foram responsáveis por um volume combinado de transações ilícitas no valor de 14,9 bilhões de dólares em 2023, o que representa 61,5% de todo o volume de transações ilegais medido no ano.
Desse total, a maior parte veio de serviços de moedas digitais sancionados pelos EUA ou localizados em jurisdições alvo de sanções de Washington.
A receita de fraudes caiu em 2023, disse Chainalysis, mas os mercados de ransomware e darknet viram o faturamento crescer.
Vários outros tipos de endereços ilícitos foram identificados no relatório, incluindo aqueles ligados ao financiamento do terrorismo, crimes eletrônicos e material de abuso infantil.
Um relatório das Nações Unidas divulgado na na segunda-feira disse que as trocas de criptomoedas não regulamentadas se tornaram “peças fundamentais” da arquitetura financeira usada pelo crime organizado no sudeste da Ásia.
O bitcoin foi a principal criptomoeda usada em crimes digitais em 2021, mas as stablecoins se tornaram mais dominantes nos últimos dois anos, agora respondendo pela maior parte de todo o volume de transações ilegais, disse Chainalysis.
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