Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar subia ligeiramente frente ao real nos primeiros negócios desta sessão, que começou mais tarde em razão da Quarta-Feira de Cinzas, com investidores repercutindo dados norte-americanos de inflação mais fortes do que o esperado, publicados quando o mercado brasileiro estava fechado para o Carnaval.
Às 13:21 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,14%, a 4,9663 reais na venda.
Na B3, às 13:21 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,27%, a 4,9740 reais.
Com muitos participantes do mercado estendendo o feriado do Carnaval e em sessão de horário reduzido, operadores alertavam nesta quarta-feira para a tendência de liquidez muito reduzida, enquanto o mercado refletia tardiamente as notícias globais que saíram na segunda e na terça.
Entre elas, o destaque ficava para dados da véspera que mostraram que o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos avançou 3,1% em janeiro na base anual, contra expectativa de alta de 2,9%.
Os dados levaram operadores a diminuir suas expectativas para o momento e a escala dos cortes de juros pelo Federal Reserve este ano, com o mercado praticamente descartando as chances de um início do afrouxamento monetário em março e reduzindo as apostas em um corte em maio.
“O índice de preços ao consumidor de ontem (terça-feira) está em linha com o adiamento pelo Fed para junho de seu primeiro corte de juros, em linha com a visão do Citi”, disseram analistas do banco norte-americano em relatório a clientes.
“Não acreditamos que o mercado irá descartar (um corte em) junho, dada a quantidade de dados que ainda faltam entre agora e então, mas ainda poderemos ver uma redução adicional para maio, e talvez menos de 100% para junho”, acrescentaram os economistas do Citi, notando que o dólar tipicamente se fortalece globalmente após liquidações de títulos norte-americanos provocadas por dados de inflação.
Na véspera, o rendimento do Treasury de dez anos, que se move de forma inversa a seu preço, saltou em reação aos dados de inflação dos EUA.
No entanto, apesar da tendência de fortalecimento da divisa norte-americana, moedas emergentes de carrego elevado –cesta que inclui o real– continuam com bom desempenho na média nos últimos tempos, disse o Citi.
O carrego de uma moeda é o retorno que ela pode oferecer em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e aplicação desses recursos em um mercado mais rentável.
Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9595 reais na venda, em baixa de 0,72%.
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