Quando meu filho mais velho, Jullian, tinha 12 anos, ele perguntou por que eu insistia que ele fizesse a aula de matemática mais desafiadora disponível para seu nível escolar. No ponto de vista dele, se a aula fosse fácil, ele facilmente tiraria boas notas e por isso eu ficaria feliz.
Minha resposta para ele: “Quero que você faça a aula mais desafiadora que puder, porque quero que você seja o melhor aluno possível”.
Assim que disse isso, percebi: havia usado exatamente as mesmas palavras no trabalho, apenas algumas horas antes, com um de meus subordinados diretos: “Estou lhe dando este feedback porque quero que você tenha o melhor desempenho possível!”. Foi nesse momento que percebi que liderar uma equipe e criar filhos exige muitas habilidades semelhantes.
Os líderes devem ser pacientes, ter ótimo coeficiente de inteligência emocional (QE) e habilidades de comunicação, se destacar no gerenciamento de tempo, saber desenvolver pessoas, permanecer “frio e controlado” sob pressão, sem mencionar que devem ser modelos impecáveis, confiáveis, consistentes e justos. Todas as características e comportamentos que as mães devem demonstrar diariamente.
Se você tem filhos, certamente se identificará. Mas mesmo que não seja mãe, nem mesmo mulher, tudo isso também faz sentido. Porque todos temos uma coisa em comum: temos mãe. E talvez nossa mãe sempre dissesse a coisa certa, tomasse as decisões certas e fosse o modelo perfeito. Talvez nem tanto.
Mas, por termos sido crianças e, portanto, termos lidado com a maternidade, sabemos o que funciona e o que não funciona. Podemos lembrar-nos dos momentos em que recebíamos a quantidade certa de orientação e aconselhamento e, como resultado, nos sentíamos apoiados, encorajados e capacitados.
Da mesma forma, podemos recordar os momentos em que fomos frustrados por expectativas conflitantes ou inconsistentes, injustiça, supervisão excessiva ou insuficiente ou decisões arbitrárias. Essas experiências nos ensinaram os princípios básicos de uma grande liderança.
É difícil não ver as muitas semelhanças. Assim como uma mãe precisa se adaptar às diferentes personalidades de seus filhos, os líderes também devem levar em consideração os talentos, habilidades, necessidades e caráter de cada membro de sua equipe para que possam efetivamente dispensar incentivos, reconhecimento e feedback, e promover um ambiente colaborativo.
Ser mãe ou líder exige paciência, diplomacia e compromisso de longo prazo. Não importa o quão preparado você esteja, quantos livros você leu e a quantidade de conselhos não solicitados que recebeu, sempre haverá uma boa quantidade de treinamento “no trabalho”.
E quer você esteja no comando de uma organização ou administrando uma casa, no final, você é responsável por todos ao seu redor.
Muitas vezes procuramos soluções complicadas quando a resposta está bem na nossa cara. A liderança eficaz é simples e pode ser aprendida e dominada olhando através das lentes do que uma mãe faz, dia após dia.
*Valerie Cockrell é autora do livro “Manage Like a Mother” (Lidere como uma Mãe: Princípios de liderança inspirados na sabedoria materna”), da Buzz Editora.
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