O Ibovespa fechou em queda de 0,73% nesta quinta-feira, aos 124.729,4 pontos, o quinto pregão seguido de queda, com números da economia norte-americana preservando dúvidas – e um certo desconforto – acerca do rumo da política monetária dos Estados Unidos. O volume financeiro somou R$ 22 bilhões.
Já o dólar à vista fecho praticamente estável ante o real, em leve baixa de 0,05%, a R$ 5,1555, enquanto acumula baixa de 0,76%.
De acordo com o analista Matheus Nascimento, da Levante Inside Corp, a bolsa brasileira continua pressionada pela perspectiva de juros altos por mais tempo, principalmente nos EUA, mas também no Brasil, com as últimas revisões para a Selic.
Nos EUA, os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 215.000 na semana até 18 de maio, ante previsão de 220.000, enquanto a atividade empresarial acelerou em maio ao nível mais alto desde abril de 2022, com os fabricantes relatando alta nos preços de uma série de insumos.
Em meio aos dados, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA marcava 4,4767%, de 4,434% na véspera, enquanto o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,74%, apesar da reação otimista a previsões de receita da Nvidia.
Após as divulgações, os juros futuros nos EUA precificaram um corte de 25 pontos-base na taxa básica de juros norte-americana pelo Federal Reserve em 2024, provavelmente em setembro ou novembro, de acordo com o aplicativo de probabilidade de taxas da LSEG.
A política monetária norte-americana, destacou a equipe da Rio Bravo Investimentos, tem sido dominante para os ativos globais, e os investidores “não têm tido vida fácil em um cenário de incerteza quanto aos cortes de juros nos EUA”, conforme relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.
Para o investidor brasileiro, eles destacaram que cenário internacional já desafiador se tornou ainda mais complexo em razão das complicações do ambiente doméstico, incluindo aumento da desconfiança fiscal e a tragédia climática no Rio Grande do Sul, enquanto “sobram ruídos políticos”.
DESTAQUES
– SUZANO ON valorizou-se 3,68%, encontrando suporte na alta do dólar ante o real para recuperar parte das perdas recentes desencadeadas por notícias sobre interesse da companhia na europeia International Paper. Apenas nas últimas três sessões, os papéis da companhia brasileira caíram 6%.
– MINERVA ON avançou 1,1%, em dia de recuperação, após queda na véspera, em meio à decisão da autoridade concorrencial uruguaia Coprodec na terça-feira de rejeitar um pedido da companhia para a compra de três unidades de abate da Marfrig no país.
– ONCOCLÍNICAS ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 23,49%, após aprovar aumento de capital social da companhia no valor de 1,5 bilhão de reais por meio da subscrição privada de ações ao preço de 13 reais cada.
– DASA ON, que também não pertence ao Ibovespa, saltou 13,69%, ganhando fôlego no final do pregão após reportagem do Valor Econômico de que a Amil propôs para a companhia a fusão de hospitais dos grupos.
– XP ON, que é negociada em Nova York, avançou 2,67% após anunciar programa de recompra de ações ordinárias Classe A de até o equivalente a 1 bilhão de reais, com prazo até o final do ano, atrelado às condições de mercado. Até a véspera, as ações acumulavam em 2024 uma perda de 31%.
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