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Economia

Inflação anual do Brasil supera todas as previsões, sustentando altas taxas de juros

IPCA-15 sobe 4,45% em 12 meses

A inflação anual do Brasil acelerou mais do que o esperado por todos os analistas no início de julho, apoiando as apostas dos traders de que o banco central terá que aumentar os custos de empréstimos ainda este ano, após mantê-los estáveis na próxima semana.

Dados oficiais divulgados na quinta-feira (25) mostraram que os preços ao consumidor medido pelo IPCA-15 aumentaram 4,45%, acima da estimativa mediana de 4,37% de analistas em uma pesquisa da Bloomberg. A inflação mensal ficou em 0,3%, e no acumulado deste ano, 2,82%.

Espera-se que os formuladores de políticas mantenham os custos de empréstimos em dois dígitos no futuro próximo, pois as previsões de inflação estão acima da meta de 3%. As altas taxas de juros não conseguiram até agora reduzir significativamente o crescimento, e o mercado de trabalho permanece aquecido. Para complicar ainda mais, os investidores estão preocupados com as ambições de gastos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

As taxas de swap, que indicam o sentimento do mercado em relação à política monetária, subiram nas negociações de quinta-feira de manhã após a leitura da inflação mais alta do que o esperado. Os contratos mais longos aumentaram mais de 10 pontos base.

“Os dados são muito piores do que o esperado ao analisar seus componentes”, disse Leonardo Costa, economista da firma de investimentos Asa. “Reflete medidas principais que estão se tornando mais difíceis de controlar.”

As perspectivas de um retorno à flexibilização monetária, que o banco central pausou em junho, diminuíram ainda mais nas últimas semanas – com os observadores de mercado mais pessimistas apostando na necessidade potencial de aumentos de taxas.

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O combustível subiu 1,39% no mês, após a estatal brasileira de petróleo, Petrobras, aumentar os preços da gasolina no início de julho pela primeira vez em quase um ano.

O transporte subiu 1,12% no mês, com os preços das passagens aéreas disparando 19,21%. Os custos de alimentos e bebidas, que estavam sendo observados de perto pelos banqueiros centrais, caíram 0,44%.

Os aumentos dos preços ao consumidor podem subir nos próximos meses após o valor do real cair à medida que o governo luta para implementar cortes no orçamento para atingir suas metas fiscais. Uma moeda mais fraca aumenta as pressões inflacionárias ao elevar os custos das importações.

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A moeda brasileira “colocará o banco em alerta máximo”, escreveu Andres Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics. Ainda assim, ele aposta que os cortes nas taxas serão retomados em setembro, à medida que a inflação subjacente permanece “sob controle” e os choques relacionados à oferta passam.

Em um relatório separado publicado na manhã de quinta-feira, o banco central informou que o investimento direto estrangeiro atingiu quase US$ 6,3 bilhões em junho, aproximadamente o dobro da estimativa mediana de US$ 3,3 bilhões de analistas em uma pesquisa da Bloomberg.

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