O setor de serviços registrou em junho o maior crescimento de volume em um ano e meio, com desempenho acima do esperado por economistas e disseminado entre as diferentes atividades, com destaque para comunicação, informação e transportes.
A alta do volume de serviços foi de 1,7% sobre maio e de 1,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (13).
O crescimento mais do que compensou a retração registrada em maio e veio acima da expectativa de alta de 0,8% em ambos os períodos de comparação apontada por economistas em pesquisa da Reuters.
O crescimento de 1,7% com ajuste sazonal foi o maior desde dezembro de 2022 (+2,7%), e se deu após uma queda de 0,4% em maio de 2024, segundo dado revisado pelo IBGE, que havia reportado inicialmente estabilidade no mês. Em maio do ano passado, o setor também cresceu 1,7%.
LEIA MAIS: Fintechs desafiam ‘ditadura’ do dinheiro em espécie na Argentina
Com a alta, o setor marcou novo recorde, 0,5% acima do pico anterior, de dezembro de 2022.
As cinco atividades de serviços apresentaram expansão no mês, com destaque para a alta de 1,8% sobre maio no setor de transportes, impulsionada pelo transporte aéreo, com salto de 11,4%, em período de retração do preço das passagens. O setor de informação e comunicação cresceu 2%.
Já os serviços prestados à família, que incluem desde alimentação e alojamento a serviços médicos, tiveram alta mais modesta, de 0,3%.
“O que carrega o bom momento do setor tem a ver com serviços prestados às empresas, especialmente empresas de TI e de inovação”, disse a jornalistas o gerente da pesquisa do IBGE, Rodrigo Lobo.
“Claro que a conjuntura econômica favorável ajuda, mas não é determinante. O crescimento ocorre porque há demanda maior das empresas, e não das pessoas”, acrescentou.
No semestre, o volume de serviços cresceu 1,6% na comparação com o mesmo período de 2023 e, em 12 meses, a alta foi de 1%.
Em termos regionais, o Rio Grande do Sul liderou as quedas no volume de serviços em junho, com retração de 14,5% frente a maio. Segundo Lobo, o desempenho reflete principalmente o impacto da queda do transporte rodoviário no Estado, após as concessionárias terem retomado a cobrança de pedágios que havia sido suspensa em maio em meio à calamidade das enchentes.
O Banco Central tem há meses apontado a resiliência maior do que esperada da inflação de serviços como um risco altista para a trajetória da inflação cheia. Na segunda-feira, o diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, destacou durante participação em evento que a inflação do setor está se comportando melhor, mas segue rodando em patamar alto.
Veja também
- Quem é o que pensa Scott Bessent, secretário do Tesouro anunciado por Trump
- CBA vende participação na Alunorte para a Glencore por R$ 236,8 milhões
- BRF compra fábrica e passa a ser a primeira empresa de proteínas a produzir na China
- Argentina anuncia licitação para privatizar hidrovia Paraguai-Paraná
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029