O furacão Milton pode causar perdas de até US$ 100 bilhões para o setor de seguradoras no mundo, criando aumento na procura de preços de resseguros em 2025, o que pode impulsionar ações de algumas seguradoras, disseram analistas nesta quarta-feira (9).
O furacão de categoria 5 deve atingir a costa do Golfo da Flórida no final desta quarta-feira ou início de quinta-feira (10). Ele tem o potencial de ser um dos mais destrutivos a atingir a região, que ainda se recupera da devastação causada pelo furacão Helene há menos de duas semanas.
As perdas com seguro causadas pelo Milton podem ser de entre US$ 60 bilhões a US$ 100 bilhões se o furacão tiver impacto direto na área densamente povoada de Tampa, segundo analistas da casa de análises Morningstar.
LEIA MAIS: Perdas com furacão Milton podem alcançar US$ 174 bilhões
Uma perda de US$ 100 bilhões colocaria o Milton em pé de igualdade com o Katrina em 2005, acrescentaram os analistas, dizendo que as perdas com seguro provavelmente seriam “substanciais, mas não catastróficas”.
O Katrina causou a maior perda segurada de um furacão.
A segunda maior perda veio do Ian, que atingiu a Flórida em 2022 e gerou perdas de cerca de US$ 60 bilhões.
Analistas da RBC estimaram que o Milton levaria a perdas semelhantes às do Ian, que deveriam ser “muito administráveis” para o setor de seguros.
LEIA MAIS: Furacão Milton eleva risco de incêndios provocados por baterias de carros elétricos
Analistas da Jefferies estimaram uma perda segurada de dezenas de bilhões de dólares caso o furacão tenha um grande impacto em uma das regiões mais populosas da Flórida.
“Um evento de 1 em 100 anos é estimado por alguns para resultar em perdas de US$ 175 bilhões para um impacto na região de Tampa e de US$ 70 bilhões em perdas na região de Ft Myers”, escreveram em nota.
Resposta do setor
Seguradoras e resseguradoras – que asseguram as seguradoras – responderam ao aumento das perdas por catástrofes naturais, que os cientistas dizem estar sendo exacerbadas pelas mudanças climáticas, aumentando as taxas e excluindo negócios de maior risco.
“Melhores termos de contratos de resseguro, diversificação mais ampla de ganhos e maiores reservas devem colocar o setor em melhor situação do que antes”, disseram os analistas da RBC em uma nota.
LEIA MAIS: Na CCR, os riscos climáticos entraram na conta
As ações de resseguradoras globais como Swiss Re e Munich Re e dos players do Lloyd’s de Londres como Beazley, Hiscox e Lancashire caíram esta semana. Swiss Re, Munich Re e Beazley têm negociado em níveis recordes nas últimas semanas após fortes lucros.
“É apenas uma questão de tempo até que as ações recuperem o terreno perdido, à medida que as perspectivas de preços mais altos nas subsequentes renovações (de apólices) se estabeleçam”, acrescentou a RBC.
Veja também
- CBA vende participação na Alunorte para a Glencore por R$ 236,8 milhões
- BRF compra fábrica e passa a ser a primeira empresa de proteínas a produzir na China
- Argentina anuncia licitação para privatizar hidrovia Paraguai-Paraná
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029
- Enel prepara plano de investimentos para buscar renovação de suas concessões no Brasil