O empresário Nelson Tanure fechou acordo para comprar a rede de supermercados Dia e já prepara terreno para uma fusão com o GPA, dono das redes Pão de Açúcar e Extra. Inclusive, Tanure já montou uma posição de 9% no GPA enquanto aguarda o fechamento da aquisição do Dia.
Segundo pessoas ouvidas pela reportagem, o empresário sondou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a ideia de fundir os dois grupos varejistas. Se o Cade der um sinal inicial verde, ele pode entrar com um pedido de fusão das empresas no primeiro trimestre de 2025, disse uma fonte.
A assessoria de imprensa do Cade disse que “não há edital publicado sobre a operação até o momento”. Um representante do GPA não quis comentar. O Dia não respondeu a uma solicitação após o horário comercial.
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O GPA tem cerca de 700 lojas, e o Dia tem mais de 200. As ações do GPA tiveram uma semana de intensa volatilidade, caindo 11% na quinta-feira e saltando 5% no fechamento do mercado na sexta-feira (13).
O salto foi a maior alta percentual do Ibovespa, em uma semana em que ações vinculadas ao consumo foram penalizadas por um aumento nas taxas de juros futuros em meio a preocupações fiscais e uma sinalização de mais juros pelo Banco Central.
Desde a segunda-feira (9), a atividade de compra de ações do GPA veio principalmente das mesas de negociação do UBS Brasil, Agora CTVM e Master CTVM, de acordo com dados da Bloomberg.
Tanure é conhecido por investir em ativos estressados, tendo Light, Gafisa, Alliança e Ambipar em seu portfólio.
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