Os argentinos estão se tornando mais otimistas em relação ao futuro da economia de seu país, uma mudança que pode encorajar o presidente Javier Milei, que tem uma mentalidade austera, antes das eleições de meio de mandato no final deste ano.

Quase metade dos argentinos – 49% – disse em dezembro que espera que a economia melhore nos próximos seis meses, um aumento de oito pontos percentuais em relação a outubro, de acordo com a LatAm Pulse, uma pesquisa realizada pela AtlasIntel para a Bloomberg News. A parcela que espera que a economia piore caiu para 39%, de 53% dois meses antes.

Embora apenas 19% atualmente classifiquem a economia como boa, essa é a primeira pesquisa da LatAm Pulse em que o número de argentinos que expressam uma perspectiva positiva sobre os próximos seis meses excedeu o número dos que esperam tempos piores.

Um sentimento crescente entre os consumidores de que os próximos meses não serão tão ruins quanto se pensava está entre os fatores que alimentam o otimismo. O número de argentinos que disseram que esperam fazer menos compras nos próximos seis meses caiu de 57% em outubro para 43% em dezembro.

Milei está entrando em 2025 com um impulso a seu favor, que a perspectiva mais positiva deve fortalecer, potencialmente reforçando sua força política antes das eleições legislativas no final deste ano.

A Argentina saiu de uma recessão brutal no terceiro trimestre de 2024, e a atividade econômica está se recuperando, enquanto a inflação continua a arrefecer. O banco central divulgou na semana passada um acordo de recompra de US$ 1 bilhão com cinco credores internacionais, incluindo alguns bancos de Wall Street, um voto de confiança dos mercados. Milei também está prevendo apoio adicional dos EUA quando o presidente eleito Donald Trump assumir o cargo no final de janeiro.

O índice de aprovação do presidente libertário permaneceu estável em 47% em dezembro, segundo a pesquisa.

A AtlasIntel entrevistou 1.842 pessoas na Argentina entre 27 e 31 de dezembro. A pesquisa tem um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de mais ou menos dois pontos percentuais.