Após cair mais de 10% na véspera, a Bolsa brasileira fechou em alta nesta quinta-feira (19), após o BC ter cortado a taxa Selic para 3,75%, e com o forte avanço da Petrobras, beneficiada pela recuperação parcial da cotação do petróleo. Medidas de estímulo anunciadas por governos no exterior e no Brasil também ajudaram.
O principal índice da B3, o Ibovespa, subiu 2,15%, aos 68.331 pontos, após ter chegado a cair 7% mais cedo.
Ajudando a sustentar o índice, a ação preferencial da Petrobras (PETR4) teve valorização de 8,15%, enquanto a ordinária (PETR3) subiu 12,67%, na esteira da alta do petróleo. O barril WTI para maio fechou em alta de 24,39%, e o Brent para o mesmo mês subiu 14,43%l.
As companhias aéreas, duramente afetadas nos últimos dias, recuperaram parte das perdas hoje. A Gol (GOLL4) subiu 11,61%, enquanto a Azul (AZUL4) teve valorização de 15,65%.
O governo anunciou uma MP que vai garantir mais tempo para que as companhias aéreas façam o reembolso de voos cancelados, em dinheiro, quando solicitado pelos consumidores. A medida também prorroga o prazo para que consórcios que administram aeroportos privatizados paguem as outorgas ao governo federal.
Dia bom na Europa
As bolsas da Europa fecharam com ganhos, com a exceção de Lisboa. Os investidores responderam positivamente ao arsenal de medidas de bancos centrais e governamentais para conter o avanço do covid-19 e os impactos na economia. O pregão no Velho Continente foi marcado ainda pela volatilidade. Em meio à paralisação do setor produtivo ao longo do globo, os bancos centrais usam mais recursos para tentar reanimar as economias.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 2,91%, aos 287,80 pontos. Ele registrou seu maior ganho porcentual diário desde 29 de junho de 2016, mas ainda cai 30,79% até agora neste ano.
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu reduzir sua taxa básicas de juros de 0,25% para 0,10%, e elevar o montante de seu programa de compra de bônus em 200 bilhões de libras, para um total de 645 bilhões de libras.
O BoE lembra medidas recentes segundo as quais ele, em linha com orientação do Tesouro britânico, ajudará a financiar companhias de fora do setor financeiro para auxiliar no pagamento de salários, aluguéis e fornecedores, em meio aos problemas gerados pela doença.
Bolsas asiáticas
As bolsas asiáticas tiveram mais um pregão de quedas nesta quinta-feira, à medida que o impacto econômico do novo coronavírus continua pesando no sentimento dos investidores, apesar de múltiplos anúncios de estímulos por bancos centrais e governos.
O Nikkei caiu 1,04% em Tóquio hoje, a 16.552,83 pontos, renovando mínima desde novembro de 2016. Mas foi o sul-coreano Kospi que liderou as perdas na Ásia, com um tombo de 8,39% em Seul, a 1.457,64 pontos, seu menor nível desde julho de 2009.
Na China continental, os mercados fecharam sem direção única, após uma sessão volátil. O Xangai Composto recuou 0,98%, a 2.702,13 pontos, seu menor patamar em 13 meses, mas o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,28%, a 1.682,93 pontos.
*Com Estadão Conteúdo