Em fato relevante, a empresa cita que a redução ocorreu “em razão da excussão irregular de ações de emissão da companhia detidas pelo controlador, em descumprimento à medida cautelar deferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, objeto do fato relevante divulgado em 25 de setembro de 2025”.
Na ocasião, a Ambipar obteve da Justiça do Rio de Janeiro medida cautelar que, entre outras medidas de proteção, suspendeu efeitos de cláusulas contratuais que acionariam a aceleração de dívidas do grupo, bem como a exigibilidade de obrigações sob instrumentos contratuais relevantes.
De acordo com o controlador, entre os dias 25 de setembro e 6 de outubro, Bradesco e a Genial Investimentos, em conjunto com o Grupo Opportunity (Genial/Opportunity), “excutiram ilegalmente ações” de sua propriedade, sem sua autorização e em descumprimento à medida do dia 25.
Borlenghi Junior cita uma “indevida transferência” ao Bradesco de 72.233.230 ações, das quais 15.896.900 ações foram alienadas entre 30 de setembro e 6 de outubro. Também aponta “indevida alienação” pela Genial/Opportunity de 24.550.000 ações entre 2 e 6 de outubro.
Procurados, o Bradesco afirmou que não irá comentar e a Genial não respondeu de imediato ao pedido de entrevista.
Ações da Ambipar
A participação direta e indireta de Borlenghi Junior no capital social total e votante da Ambipar passou de 1.227.402.390 ações ordinárias (73,48%) para 1.130.619.160 ações ordinárias (67,68%).
“A alienação irregular de ações da companhia, em curto espaço de tempo e em violação à decisão judicial, resultou em perda estimada de valor de mercado de aproximadamente R$ 20 bilhões”, afirmou o controlador na correspondência enviada à empresa, que atua em gestão de resíduos.
Borlenghi Junior afirmou que “estão sendo adotadas todas as medidas legais cabíveis para reversão da situação e responsabilização dos envolvidos”.