Perto das 13h, os papéis da Yduqs tinham baixa de 5,61%, cotados a R$ 12,78, liderando as perdas entre as ações integrantes do Ibovespa. Já MBRF avançava 8,54%, a R$ 23,65, entre as maiores altas. No mesmo horário, o principal índice da bolsa subia 0,50%, aos 157.954 pontos.
A Yduqs divulgou ontem o seu balanço trimestral com uma queda de 36% do lucro líquido no terceiro trimestre ante igual período no ano passado, para R$ 98 milhões, enquanto o Ebitda, uma medida de lucro operacional, subiu 6%, para R$ 508 milhões no intervalo. A receita líquida totalizou R$ 1,35 bilhão, crescimento de 3%.
Em linhas gerais, as casas de análise divergem na leitura dos números. Algumas viram os números relativos ao lucro e à receita como decepcionantes. Entre os mais pessimistas, o Citi afirma que os números não vierem totalmente positivos, em especial na linha operacional, já que o Ebitda ficou 7% abaixo do estimado.
O Safra também destacou o lucro da empresa inferior às suas estimativas, principalmente devido aos resultados financeiros, com os juros ainda elevados no Brasil e que prejudicam empresas do setor. Ainda assim, manteve a recomendação de compra dos papéis, sobretudo por causa do bom desempenho do fluxo de caixa livre e do efeito disso para a diminuição do endividamento. O fluxo de caixa livre é o dinheiro gerado pela empresa depois de subtrair despesas de capital – o capex, que são os investimentos nas próprias operações – e as despesas operacionais.
Já a MBRF está mais uma vez passando por um movimento de alta por motivos técnicos – no caso, o short squeeze. Operadores citam essa possibilidade diante do nível alto de aluguel de ações da companhia, conforme mostrou o InvestNews.
O short squeeze é o movimento de alta sequencial de uma ação causado quando vários investidores que estavam apostando na queda dos papéis – estratégia chamada de short selling – são obrigados a “cobrir” as suas posições para evitar mais perdas.
De modo simples: o investidor aluga o papel de outra pessoa e o vende no mercado, esperando que as ações recuem algum tempo depois. Quando a queda acontece, ele recompra a ação mais barata e devolve a quem lhe emprestou, embolsando o lucro da operação.
Só que, se o papel passar a subir, o investidor acaba registrando prejuízo, já que terá que recomprá-lo a preços mais altos. Quando há muitos papéis alugados e vários investidores começam a fazer a mesma coisa, os preços vão subindo cada vez mais.
Na última terça-feira (11), quando divulgou do seu primeiro balanço após a fusão da BRF com a Marfrig, a MBRF havia subido 8,15%. Desde então, os papéis só avançaram e já acumulam 28% de valorização em somente 5 pregões.

