Cenário global e bolsa de valores
Nesta quarta-feira, os mercados externos esperam pela divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (15h), em busca de pistas sobre quando o banco central americano começará a reduzir seu programa de compras de ativos e entender melhor a visão do Fed em relação aos dados de inflação acima do esperado. Enquanto isso, os investidores ficam atentos na abertura gradual das economias em todo o mundo, mas de olho no aumento de casos da variante Delta do coronavírus, que pode ser uma pedra no meio do caminho da retomada das atividades no segundo semestre.
As bolsas europeias operam próximas da estabilidade nesta quarta-feira, com leve queda, mas com um viés mais positivo em relação às ações dos setores imobiliário e de saúde, pois são setores considerados mais estáveis neste contexto atual, apesar das preocupações com o aumento nos casos globais de Covid-19. Já as ações de empresas de viagens e lazer recuperaram parte das perdas registradas na semana, ou seja, temos um ambiente mais calmo hoje. Além disso, uma temporada de balanços acima das estimativas, em grande parte, e melhora nos dados econômicos da Europa levaram o índice europeu STOXX 600 para sua mais longa sequência de ganhos em mais de uma década na semana passada, portanto seria até natural alguma correção mais acentuada, porém isso ainda não aconteceu, o índice continua bem próximo do seu topo histórico. No entanto, preocupações relacionadas à pandemia e a incerteza em torno dos próximos passos dos principais bancos centrais vão continuar a trazer desconfortos no curto prazo.
Cotações das bolsas de valores
Ásia: bolsa de Xangai fechou em alta de 1,11%, aos 3.485,29 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei subiu 0,59%, para 27.585,91 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng valorizou 0,47%, aos 25.867,01 pontos; em Seul, Kospi ganhou 0,50%, para 3.158,93 pontos; Europa: índice Stoxx 600 em queda de 0,05%, aos 473,56 pontos; Bolsa de Frankfurt cai 0,22%, Londres -0,31%, Paris -0,37% e Madri +0,16 %; NY / Pré-Mercado: futuro do Dow Jones cai 0,29%, do S&P 500 -0,14% e do Nasdaq -0,04%; Petróleo: Brent para outubro sobe 0,93%, para US $ 69,67 o barril; Ouro para dezembro sobe 0,13%, para US$ 1.790,15 a onça-troy.
Cenário no Brasil
Aqui, diretores do Banco Central têm a primeira rodada da reunião trimestral com economistas, sendo a inflação protagonista, pois é a maior preocupação para a economia brasileira neste momento. Ontem, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conseguiu acomodar o DI e o dólar após atingirem suas máximas, ao garantir que o Copom fará o que for preciso para cumprir a meta. Mas a curva de juros também é pressionada pelos riscos fiscais e o ambiente político-institucional hostil, e sobre isso o BC não tem controle. Em Brasília, a Câmara dos Deputados decidiu adiar mais uma vez a votação do projeto que altera a cobrança do Imposto de Renda, que estava prevista para terça-feira, mediante resistências dentro e fora do Congresso.
Ibovespa em queda
Ontem, o Ibovespa fechou em queda pelo segundo dia seguido, fazendo uma mínima desde abril e voltando a ficar negativo no acumulado do ano, em meio a um ambiente externo mais complexo, com preocupações sobre o crescimento econômico e fortes ruídos fiscais e políticos no Brasil. O índice da bolsa brasileira caiu 1,07%, a 117.903,81 pontos, com volume financeiro de R$ 38 bilhões, acima da média. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil e 120 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos). O investidor estrangeiro ingressou com R$ 1,21 bilhão na B3 em 16 de agosto, segunda-feira, quando o Ibovespa caiu 1,66%. No acumulado de agosto, entrou com R$ 3,64 bilhões líquidos na B3; no ano, o saldo é positivo em R$ 43,4 bilhões.
Indicadores econômicos |
BC: Fluxo cambial semanal (14h30) |
Secretário do Tesouro, Bruno Funchal, participa de audiência na Comissão Mista de Orçamento (14h00) |
Reino Unido: CPI de julho (3h) |
Zona do euro / Eurostat: CPI de julho (6h) |
EUA / Deptº do Comércio: construções de moradias iniciadas em julho (9h30) |
EUA / DoE: Estoques de petróleo da semana até 13/08 (11h30) |
EUA: Fed divulga ata da última reunião de política monetária (15h) |