Cenário global: nesta sexta-feira, último dia do mês de julho, os mercados externos operam com cautela, divididos entre as preocupações com a repressão regulatória na China, sólidos balanços corporativos e a sinalização de continuidade dos estímulos monetários de bancos centrais. No mercado asiático, ainda há preocupações com as medidas regulatórias da China sobre os setores de educação, imobiliário e de tecnologia, apesar da tentativa dos reguladores de acalmarem os mercados ontem. Porém, o que trás alívio e segura as bolsas no mês, é a políticas monetárias ainda “dovish” e fortes balanços de uma série de empresas. Das companhias listadas no índice europeu STOXX 600 que já divulgaram seus resultados trimestrais até agora, 67% superaram as estimativas de lucro dos analistas e mais de 80% do S&P 500 nos EUA.
As bolsas na Europa iniciam o dia em correção, seguindo o mercado asiático, que voltou a se preocupar com ingerências regulatórias pelo governo chinês e a expansão da pandemia, conforme comentamos. Os números dos PIBs tanto na zona do euro como dos países da região vieram acima das expectativas, exceção da Alemanha e os balanços divulgados hoje também mostram sinais de recuperação. Zona do euro: PIB preliminar sobe 2,0% no segundo trimestre na margem; consenso era de + 1,5%; taxa de desemprego cai para 7,7% em junho, de 8% em maio; consenso era de 7,9%; inflação (CPI) preliminar de julho sobe 2,2% em termos anuais; previsão era de + 2,0%. Os futuros do Nasdaq caíam 1% nesta sexta-feira depois de balanço trimestral fraco da Amazon, enquanto investidores aguardam relatório de inflação dos EUA em busca de pistas sobre o ritmo da recuperação econômica dos Estados Unidos.
Ásia: bolsas voltam a fechar em queda com temores regulatórios e pandemia; Na China continental, Xangai composto fechou em queda de 0,4%, aos 3.397,36 pontos; Em Tóquio, índice Nikkei caiu 0,8%, para 27.283.59 pontos; Em Hong Kong, Hang Seng recuou 1,3%, aos 25.961,03 pontos; em Seul, Kospi caiu 1,2%, para 3.202,32 pontos; Após pregões negativos na Ásia, europeus operam em queda; Índice Stoxx 600 cai 0,67%, aos 460,74 pontos; Bolsa de Frankfurt recua 0,94%; Londres -0,95%; Paris -0 , 28% e Madri -1,15%; NY / Pré-mercado: futuro do Dow Jones cai 0,37%, do S&P 500 -0,72% e do Nasdaq -1,14%; Petróleo: Brent para outubro cai 0,39%, para US $ 74,81 o barril; WTI para setembro recua 0,42%, a US $ 73,31 o barril; Ouro para agosto cai 0,20%, para US $ 1.827,50 a onça-troy.
Brasil: aqui, o IGP-M mais fraco acomodou a curva de juros, mas para o Copom da próxima 4ªF as apostas chegam até uma alta de 1 ponto da Selic. Além disso, causa desconforto os riscos fiscais, que voltam ao radar com as manobras pré-eleitorais. A semana termina com resultado da Usiminas. No cenário político, o presidente Jair Bolsonaro não apresentou provas para embasar suas denúncias de fraudes eleitorais, que já foi negada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mas esta novela já antecipa a tensão eleitoral que teremos em 2022, por consequência trás instabilidade que afasta investimentos e capital estrangeiro do país.
Ibovespa: apesar do clima favorável no exterior ontem, o índice da bolsa brasileira fechou em queda, perdendo os 126 mil pontos, em pregão dominado pela temporada de resultados de empresas, entre elas Vale, GPA, Multiplan e Ambev. O IBOV caiu 0,48%, a 125.675,33 pontos, com volume financeiro de R$ 27,8 bilhões. O IBOV segue em tendência de alta no longo prazo, porém um movimento de queda no curto prazo foi consolidado, após encontrar grandes dificuldades de seguir acima dos 130 mil pontos, em seguida romper abaixo dos 124 mil pontos e cruzar abaixo da média móvel curta (21 períodos).
Após quatro meses consecutivos de alta, a bolsa brasileira finalizou o pregão do dia 29 de julho com uma queda de 0,89% e apesar do dia começar com um viés negativo, puxado pelo cenário externo, o Ibovespa ainda tem chances de um repique hoje e buscar dar continuidade ao movimento no gráfico mensal de alta.
Indicadores: |
Brasil: Balanço de Usiminas, antes da abertura do mercado |
Aneel divulga a bandeira tarifária de agosto |
IBGE / Pnad Contínua: Taxa de desemprego (9h) |
BC: Setor público consolidado em junho (9h30) |
Zona do euro / Eurostat: Produto Interno Bruto (1ª leitura) do 2TRI (6h) |
Zona do euro / Eurostat: CPI preliminar de julho (6h) |
Zona do euro / Eurostat: taxa de desemprego de junho (6h) |
EUA: Balanços de Chevron, Procter & Gamble e Caterpillar e ExxonMobil |
EUA / Dpto Comércio: renda pessoal de junho, gastos com consumo, índice de preços de gastos com consumo (PCE) (9h30) |