A Braskem, uma companhia brasileira do ramo petroquímico e que produz resinas termoplásticas, acumula uma alta de mais de 180% até o dia 6 de setembro. A petroquímica, que tanto tem ações negociadas na bolsa de valores brasileira, como na de Nova Iorque e no Latibex, da Bolsa de Madrid, vem passando por um bom momento em meio às expectativas de melhora operacional além da possibilidade de venda da fatia que a ex-Odebrecht (agora Novonor) detém dela. A sua controladora Novonor começou a preparar o processo de alienação privada de toda a sua participação na Braskem.
O que é visto com bons olhos pelo mercado, dado a Braskem estar se desvinculado do passado da Odebrecht. Como foi homologado o plano de recuperação judicial da Novonor, isso inclui a venda da Braskem no documento – que aliás, é o principal ativo da companhia. Atualmente, a Novonor tem 38% do capital total da petroquímica, e a Petrobras, 36% .
Hoje a Braskem possui um valor de mercado de cerca de R$ 43 bilhões, mas pouco tempo atrás, ela chegou a ser avaliada em R$ 18,6 bilhões. Seu valor chegou neste patamar devido a holandesa LyondellBasell desistir das negociações de compra de parte da petroquímica. E havia no mercado expectativas sobre essa negociação.
Entre 2018 e 2019, ambas as companhias estavam em conversas, o que levou inclusive as ações da Braskem nas alturas, elevando o seu valor de mercado para R$ 48 bilhões. Porém, as negociações foram interrompidas após a exploração de sal-gema do solo do Pinheiro, em Maceió, ter causado prejuízos para moradores e para a região como um todo. A atividade da petroquímica causou tanto rachaduras como o afundamento de imóveis na região.
Dois anos depois, há de novo um ‘burburinho’ no mercado sobre a retomada da venda da companhia já que a parte que diz respeito a Novonor será desfeita em leilão ou segundo determinar o juiz do caso. E somado a isso, veio o resultado do balanço do segundo trimestre deste ano onde a Braskem registrou um resultado recorde. Ou seja: seu valor de mercado conseguiu se recuperar novamente.
A companhia teve um lucro líquido de R$ 7,4 bilhões entre abril e junho deste ano, revertendo prejuízo de R$ 2,5 bilhões apresentado um ano antes. Já quando comparado com os primeiros três meses do ano, seu lucro triplicou. Este resultado foi tanto impulsionado pelos preços mais atrativos para seus produtos químicos como pela alta do real ante o dólar. A receita líquida teve alta de 136% e o Ebitda registrou aumento de 20% sobre o mercado doméstico, 56% nos Estados Unidos e Europa, e 133% no México.
No Cafeína de hoje, Samy Dana e Dony De Nuccio fazem uma análise da Braskem.
