Parafraseando uma citação atribuída a Albert Einstein: os juros são a oitava maravilha do mundo, quem entende, ganha, quem não, paga.
Você já se perguntou o que um aumento ou corte de juros significa para as suas finanças pessoais e para o seu negócio?
Neste artigo, irei revisar alguns conceitos básicos sobre juros, como as suas variações são decididas e por que é importante entendê-las.
O ‘aluguel’ do dinheiro
Os juros são o ganho obtido por aquele que disponibiliza dinheiro aos outros por um determinado período. Funcionam como um “aluguel” pago pelo acesso a um recurso financeiro durante um período.
No caso de um investimento, os juros representam o valor (“aluguel”) que o banco ou instituição de crédito irá pagar, pela utilização do seu dinheiro.
Quando você obtém um financiamento ou empréstimo, os juros representam o valor (“aluguel”) pago por você, àquele que lhe concedeu o recurso financeiro.
Como os juros são definidos?
A taxa de juros pode variar para mais ou para menos, conforme três fatores principais: por decisão do Banco Central; pelo histórico de crédito do tomador; e pelas políticas de empréstimo adotadas pelo credor.
Para incentivar o crescimento econômico, o Banco Central brasileiro costuma reduzir os juros básicos, tornando o “aluguel do dinheiro” mais barato, ou melhor, tornando a concessão de crédito mais barata.
Dessa forma, as pessoas e as empresas terão acesso aos recursos financeiros mais baratos para consumir e aplicar no desenvolvimento dos negócios, aquecendo a economia.
Se a economia estiver muito aquecida e os preços estiverem subindo além do esperado, espera-se que o Banco Central brasileiro eleve os juros básicos, tornando o “aluguel do dinheiro” mais caro, ou melhor, tornando a concessão de crédito mais cara.
Dessa forma, as pessoas ou empresas se sentirão desestimuladas ao consumo e aplicar no desenvolvimento dos negócios, desaquecendo a economia.
Na prática, o Banco Central brasileiro se reúne, periodicamente, em uma reunião chamada de “Copom”, que, com base na atividade econômica, anuncia ao mercado a meta da taxa de juros, chamada de Taxa Selic.
A taxa Selic é a referência para as taxas de juros praticadas por bancos e instituições financeiras, tanto para estabelecer quanto será cobrada por cada crédito concedido, quanto o que será pago aos investimentos realizados.
Você pode estar rindo ou pensando em desistir desta leitura, e com razão. Afinal, os juros praticados pelo mercado são muito diferentes da taxa Selic, determinada pelo Banco Central.
No caso de empréstimos e financiamentos, as taxas de juros cobradas são muito superiores à meta estabelecida através da taxa Selic, em parte, devido aos custos de se conceder crédito no Brasil.
Entre os custos da atividade de emprestar dinheiro no Brasil, estão: os depósitos compulsórios exigidos pelo Banco Central, as despesas com reservas para devedores duvidosos e os tributos.
A importância de se entender e acompanhar as variações das taxas de juros
“Em todos os momentos, em todos os mercados, em todas as partes do mundo, a menor mudança nas taxas altera o valor de cada ativo financeiro.”
Warren Buffet.
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As taxas de juros determinam o quanto você pagará por empréstimos e financiamentos, além do valor que você poderá ganhar nos seus investimentos, mas sobretudo, a que risco o seu patrimônio e seu desenvolvimento financeiro será exposto.
Nos últimos 5 anos, os brasileiros enfrentaram variações extremas nas taxas de juros determinadas pelo Banco Central.
Planejamos nosso endividamento e investimento sob 7% de juros ao ano, em janeiro de 2018; chegamos a 2% ao ano, em agosto de 2020; e estamos em agosto de 2022, a 13,75% ao ano.
Diferente de outros países, as inversões de tendência das taxas de juros no Brasil são constantes e extremas, dificultando o planejamento financeiro, induzindo a níveis de endividamento insustentáveis e a exposição de investimentos a riscos desiguais.
Neste sentido, para os brasileiros, mais importante do que reconhecer as oportunidades disponibilizadas por cada patamar de juros, é entender o quanto pequenas variações na taxa poderão paralisar o seu desenvolvimento financeiro.
*Claudia Kodja, mentora da Liga dos Empreendedores da FGV, membro da Copenhagen Institute for Futures Studies e gestora executiva da Kodja Escola de Negócios. |
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