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Como investir para alcançar um objetivo? Veja dicas

É preciso que os ativos escolhidos possam ser resgatados dentro do prazo estabelecido para realizar a meta.

André Massaro, professor da B3 Educação. Imagem de divulgação.

Investir não é algo natural para nós, seres humanos. Dentre as inúmeras definições de investimento, uma delas é “sacrificar o prazer no momento presente para ter um prazer maior no futuro”.

Pois é, é exatamente isso… Abrimos mão do que o dinheiro pode nos proporcionar agora, no momento presente, para termos (espera-se) mais dinheiro no futuro.

Guardadas as devidas proporções, investir dinheiro é como fazer uma dieta: a gente sacrifica aquele bolo de chocolate com sorvete agora na expectativa de termos o shape perfeito no futuro.

Essa troca de um benefício presente por outro benefício maior no futuro parece razoável, lógica e absolutamente racional. Porém, nossa mente imediatista (e um tanto irracional) nem sempre pensa assim e faz todos os esforços para nos desviar de nosso caminho.

É por isso que tanta gente falha nas dietas e, da mesma forma, nos planos de investimento. A gente dá um jeito de justificar aquelas escapadas e tudo vai sendo adiado, ficando para a semana que vem.

É aqui que entra em cena algo o que considero fundamental: ter objetivos de investimento. Os objetivos nos dão a motivação e a energia necessárias para lutarmos contra nossa própria natureza. E nossa natureza é… priorizar o curto prazo e deixar o longo prazo para a semana que vem.

Um objetivo de investimento deve ser bem definido, deve fazer sentido do ponto de vista motivacional e deve ser associado a uma estratégia de investimentos condizente, principalmente, com o prazo esperado para realização do que foi estabelecido.

Então, vou apresentar aqui três objetivos de investimento hipotéticos e quais seriam as estratégias de investimento mais adequadas para cada um deles. Será que algum deles é também o seu?

Objetivo 1: Compra de um bem 

Aqui, poderíamos considerar um bem com valor na faixa de alguns milhares de reais, ou algumas poucas dezenas de milhares. Poderia ser desde um celular novo até algo como uma moto ou um carro usado.

Presumindo que seja um objetivo de prazo mais curto (não mais que um ou dois anos), a estratégia ideal seria aquela voltada para prazos curtos, apoiada em investimentos seguros e de alta liquidez, como Tesouro Selic e títulos bancários (como CDBs) de liquidez diária. A chave, neste caso (por causa do prazo curto), é não colocar dinheiro em investimentos que possam ter perdas de valor (ainda que temporárias) no curto prazo, pois isso pode atrapalhar a concretização do objetivo.

Objetivo 2: Viagem ou intercâmbio

Vamos imaginar que este seria um objetivo de prazo um pouco maior, talvez no intervalo de um a cinco anos. E, quando se tem um pouco mais de tempo, já se pode pensar em diferentes tipos de investimentos.

É controverso falar em investimentos em renda variável (como ações e ETFs) para um prazo que ainda pode ser considerado “curto”. Mas aqueles que têm um perfil mais agressivo, considerando seu conhecimento de mercado e apetite ao risco, podem pensar em colocar uma parte, preferencialmente pequena, do dinheiro em produtos como ETFs ou ações de empresas mais seguras.

E também é interessante pensar em títulos de renda fixa de prazos mais longos, sem liquidez imediata, que possam trazer retornos maiores.

Objetivo 3: Aposentadoria

Aqui temos um objetivo de longo prazo (quer dizer… depende da idade de quem está lendo). E, em prazos mais longos, já fica mais razoável pensar mais nos retornos do que na liquidez.

Para esse tipo de objetivo, se o perfil da pessoa não for exageradamente conservador, pode-se pensar em uma carteira de ações (ou ETFs) que gerem renda (dividendos) ou que tenham bom potencial de crescimento. E também se pode pensar em títulos de renda fixa de longo prazo, como os famosos Tesouro IPCA, que têm boas taxas, mas costumam ser mais voláteis no curto prazo.

E, apenas para lembrar: a estratégia de investimentos é importante. Mas ter um objetivo bem definido e que dê a motivação necessária para poupar o dinheiro é tão ou mais importante que a estratégia!

*André Massaro é professor da B3 Educação.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.

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