O lançamento do Peugeot Partner Rapid surpreendeu muita gente pelo fato de o novo modelo ser nada mais do que um Fiat Fiorino com os logotipos da marca francesa. Só que nem todo mundo sabe que a prática está longe de ser uma invenção do grupo Stellantis. E mais: quase todas as montadoras já lançaram mão deste recurso em algum momento.

A razão é simples: em vez de gastar milhões para desenvolver um novo produto, as empresas estabelecem parcerias para economizar nos custos e entrarem em um segmento rapidamente, algo que não aconteceria caso precisassem partir do zero.

Dentro da indústria automotiva, a prática é conhecida informalmente como ‘badge engineering’, ou ‘engenharia de logotipo’, em livre tradução. O termo (que é um tanto pejorativo, diga-se) designa um mesmo projeto vendido por empresas parceiras.

Na maioria dos casos, uma montadora decide lançar o projeto apenas com uma das marcas, especialmente no caso de alianças e grandes grupos. É por isso, por exemplo, que a Renault nunca lançou a Alaskan no Brasil, uma vez que a picape foi desenvolvida com base na Nissan Frontier, que existe há anos no país.

Mesmo assim, não se trata de uma regra, tanto é que exemplos não faltam no setor, inclusive no Brasil.

Separados no nascimento

Dez anos atrás, a Fiat aproveitou os primeiros anos de FCA para desenvolver sua versão de um produto do grupo Chrysler. Assim nasceu o Freemont, um crossover com ares de SUV que tinha apenas alguns detalhes visuais diferentes em relação ao Dodge Journey. Para se diferenciarem ainda mais, o modelo da Fiat tinha um motor 2.4 16V, enquanto o produto norte-americano era importado apenas com o motor 3.6 V6 Pentastar.