Fiz uma primeira leitura em 2007. Agora, releio e verifico a obra como um exemplo de buscar ideias de gestão para empresas inovadoras e escrevo com outra cabeça..que está mais focada em empresas como chave do sucesso.
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Os autores mostram por meio de suas pesquisas que o sucesso de uma corporação não está na presença de líderes visionários, carismáticos, em grande ideias, em CEO fantásticos, em produtos inovadores, ou estratégias brilhantes. Eles defendem que a empresa em si já é uma criação soberana de um negócio duradouro. Assim se formam as empresas visionárias.
Jim Collins e Jerry I do alto de suas
autoridades como professores da Universidade de Standard e autores consagrados
de best-sellers
destacam que, em cursos de gestão
estratégica e empreendedorismo, as escolas de negócios ensinam a importância de
começar primeiro e, antes de mais nada, com uma boa ideia e uma estratégia de
produto/mercado bem desenvolvida, para só então pular pela janela da
oportunidade, antes que feche.
Mas as pessoas que construíram as empresas
visionárias, em sua maioria, não pensaram e agiram dessa forma. Em grande parte
dos casos, suas decisões surpreenderam as teorias ensinadas nas escolas de
negócios
O produto é um veículo para a companhia
Uma das observações dos autores que
destacaria é que, antes de tudo, pense na empresa que tem produtos e não
produtos que tem uma empresa. Portanto, logo no início da pesquisa, precisamos rejeitar
a grande ideia e a estratégia brilhante como opções para explicar o sucesso
corporativo e considerar um outro ponto de vista. Temos que colocar uma outra
lente para ler o mundo de trás para frente.
Dessa forma, precisamos deixar de entender
a companhia como veículo para o produto e começar a entender o produto como
veículo para a companhia, assinalam os autores.
Abraçamos a diferença crucial entre marcar
o tempo e fazer a hora e aí me faz lembrar a música de Geraldo Vandré
“quem sabe faz a hora não espera acontecer”….
O
que são empresas visionárias
Mas
o que são empresas visionárias , perguntam Jim Collins e Jerry Porras no livro?
E respondem de forma contundente:são corporações líderes em seu mercado, que
inspiram as outras e impactam significativamente o mundo.
A característica crucial de uma empresa
visionária é ser uma organização — uma instituição que está acima da visão do
seu fundador , uma ideia brilhante, de um líder carismático ou de um produto
fantástico.
E lembram: todo líder, não importa o quão
carismático e visionário seja, morrerá um dia; e todos os produtos e serviços
visionários — todas as “ideias revolucionárias” — serão superadas. Na verdade,
setores inteiros se tornarão obsoletos e se extinguirão.
Contudo, as empresas visionárias prosperam
por um tempo desmedido, superando as incontáveis gerações de líderes e os
ciclos de vida de seus produtos. Considere por um momento as empresas que você
julga visionárias; pense em cinco a dez que obedeçam aos seguintes critérios:
- É uma organização líder no setor
- É muito admirada por empresários entendidos da área
- Marcou o mundo de forma inextinguível
- Teve diversas gerações de bons líderes
- Passou por muitos ciclos de vida de produtos ou serviços
- Analise as empresas que listou
Quais de seus aspectos particularmente o
impressionam? Observou algo em comum? O que explicaria sua essência e
produtividade vitalícia? Como diferem de outras empresas que tiveram as mesmas
oportunidades, mas não atingiram o mesmo status?
Em um levantamento que durou seis anos, os
autores identificaram e pesquisaram sistematicamente o desenvolvimento
histórico de algumas empresas visionárias, para descobrir o que as destacam de
um grupo minuciosamente selecionado de empresas e quais fatores estruturais as
fizeram perdurar por tanto tempo.
Essas companhias entrelaçam o tecido social
de modo a tornar impossível imaginar o mundo sem elas, além de gerar retornos
financeiros de longo prazo.Tornaram-se a estrutura da sociedade, lembram os
autores.
Empresas que lançaram grandes produtos
Imagine como o mundo seria diferente sem a
fita adesiva ou os Post-its, da 3M; o Modelo T e o Mustang, da Ford; o Boeing
707 e 747; o sabão em pó Tide e o sabonete Ivory; os cartões de crédito e
cheques de viagem da American Express; os caixas eletrônicos lançados,
majoritariamente, pelo Citicorp; os Band-Aids e o Tylenol, da Johnson &
Johnson; as lâmpadas e os utensílios da General Electric; as calculadoras e
impressoras a laser da Hewlett-Packard; os computadores 360 e as máquinas de
escrever Selectric, da IBM, a cadeia de hotéis Marriott; a medicação para o
colesterol Mevacor, da Merck; os telefones celulares e os pagers da Motorola; a
revolução no atendimento ao cliente proporcionada pela Nordstrom; e as TVs
Trinitron e os Walkmans portáteis da Sony.
Pense em quantas crianças e adultos
cresceram com a Disneylândia, o Mickey Mouse, o Pato Donald e a Branca de Neve.
Imagine uma rua sem propagandas em outdoors do Marlboro ou sem as lojas do
Wal-Mart nas áreas mais afastadas. Positiva ou negativamente, essas empresas
deixaram uma marca irreversível no mundo.
Fatores críticos destas empresas
Nada poderia estar mais longe da verdade. Para ser feita para durar, uma empresa precisa ser feita para mudar. O conceito fundamental de “Feitas para Durar” é a dinâmica yin-yang presente na dupla preservação da essência e fomento do progresso. As palavras-chaves seriam:
- Continuidade e mudança, valores essenciais;
- Grandes objetivos audaciosos e arriscados (GOAA);
- Estabilidade e descontinuidade; cultura baseada em cultos;
- Indivíduos com suas particularidade;
- Consistência e inovação;
- Disciplina e criatividade;
- Métodos sistemáticos;
- Abordagens experimentais;
- Sentido e realização;
- Preservação da essência e fomento do progresso
Abraçam a folisofia do ‘e’
Você notará em todo o restante deste livro que usamos o símbolo yin/yang da filosofia dualista chinesa. Nós o selecionamos para representar um aspecto muito importante das empresas altamente visionárias: elas não se oprimem pelo que chamamos de “Ditadura do ou” — a visão racional que não aceita o paradoxo, que não coexiste com dois conceitos, forças ou ideias contraditórias. A “Ditadura do ou” leva as pessoas a acreditar que a resposta deve ser A “ou” B, e nunca os dois. Ela contrapõe: “Mudança OU estabilidade criativa OU consistência e controle”. “Visar o futuro OU o curto prazo.”
“Planejamento metódico OU busca pelas
oportunidades.” “Multiplicar o lucro dos acionistas OU fazer o bem para o
mundo.” “Ser idealista (orientado por valores) OU pragmático (orientado pelo
lucro).” Em vez de serem oprimidas pela “Ditadura do OU”, as empresas
amplamente visionárias se libertam por meio da “Filosofia do E” — a capacidade
de agregar ambos os extremos de várias dimensões ao mesmo tempo. Em vez de
escolher entre A OU B, buscam uma maneira de ter A E B.
Para essas empresas, a questão crítica é:
“Como podemos fazer melhor amanhã do que fizemos hoje?”
Uma empresa visionária nunca se pergunta
“como estamos nos saindo” ou “como podemos acompanhar a
concorrência?”. Elas se perguntam “como podemos sair melhor amanhã do
que saímos hoje?”. Isso é um estilo
de vida, o desempenho excepcional não é uma meta, mas um subproduto de um ciclo
interminável de auto-estímulo.
As empresas mais bem-sucedidas focam em
superar a concorrência, mas em superar a si mesma.Na verdade, o foco das
empresas visionárias está em vencer a si mesmo. E o livro jogou por terra
vários mitos que surpreenderam muita gente. Alguns desses mitos são:
》Você
precisa de uma boa ideia para montar uma grande empresa;
》É
fundamental ter um líder carismático;
》Maximizar
os lucros é o objetivo principal das empresas visionárias;
》Para
ser uma das empresas feitas para durar, é preciso destruir a concorrência;
》Trazer CEOs de outras empresas ajuda a evoluir a organização;
*Aloisio Sotero é professor de Finanças para Economia Digital e cofundador e professor da BAEX, escola internacional de educação para Executivos. |
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