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Investir em cripto pode ser seguro agora? 5 dicas para minimizar riscos
Com queda brusca de ativos digitais, investidores precisam se atentar às alternativas de proteção.
O mercado cripto está sob estresse. Mais uma vez, o colapso de empresas não reguladas precipitou uma onda de contágio e desvalorizações pelo setor, desafiando a confiança de muitos investidores.
Por outro lado, os eventos recentes trouxeram à tona o valor das boas práticas de investimento. Veremos, a seguir, algumas dicas que podem mitigar riscos importantes.
1 – Quanto investir em cripto?
O investidor não precisa de uma grande exposição a cripto para se beneficiar com a valorização de longo prazo. O gráfico abaixo demonstra como alocações pequenas em uma cesta de cripto podem ter impacto substancial sobre os retornos de uma carteira diversificada.
Enquanto contribuem para retornos acima da média, as alocações de até 5% do portfólio ainda podem ser compatíveis com a tolerância a risco de praticamente qualquer investidor.
Você pode estimar a alocação em cripto mais adequada ao seu perfil comparando o retorno de diferentes composições de carteira no simulador da Hashdex.
2 – Em que criptoativos investir?
Nos anos 1990, um investidor não teria conseguido adivinhar quais empresas de internet chegariam ao vulto do Google (GOGL34) e Amazon (AMZO34): o estágio das tecnologias e mercados não permitia imaginar a complexidade atual do ecossistema nem o valor que cada funcionalidade agregaria para os seus usuários.
Hoje, de forma semelhante, os criptoativos contam com potenciais muito diferentes, determinados pelas suas tecnologias, setores de aplicação e níveis de risco. Por isso, é vantajoso ter exposição a uma gama de ativos.
A diversificação pode ser facilitada por índices, como o Nasdaq Crypto Index (NCI), que selecionam os ativos com base em critérios pré-estabelecidos. Os critérios podem se referir ao nicho de atuação, à liquidez e ao valor de mercado, por exemplo, delimitando os tipos de risco incorridos pelo investidor.
3 – Qual o prazo do investimento em cripto?
A incerteza é natural de um mercado nascente. O estouro da famosa bolha ponto-com criou riscos para a própria existência de empresas como Amazon e Google. Eventos dramáticos como esse alimentaram preocupações de curto prazo, mas não diminuíram o potencial que as tecnologias entregariam nas próximas décadas.
Episódios semelhantes podem ser encontrados em toda a história das tecnologias recentes – em especial, em cripto. Já é bem provado que a queda de alguns players pode transbordar pessimismo para todo o mercado, como nos casos Terra-LUNA e FTX.
Mas o investidor poderá lembrar também das quedas da Mount Gox., exchange que chegou a processar 70% do volume do bitcoin (BTC), e da The DAO, organização autônoma descentralizada criada na rede ethereum (ETC). Em 2013 e 2016, respectivamente, esses eventos tiveram grandes impactos que seriam diluídos pelo tempo.
4 – Como investir em cripto?
Boa parte dos investidores de cripto não contam com as garantias oferecidas por produtos financeiros regulados. Ao investir em exchanges não reguladas ou fazer a autocustódia, eles depositam a sua confiança em intermediários com finanças pouco transparentes – como a FTX e a Binance – ou assumem os próprios riscos de perder permanentemente o acesso aos seus ativos.
Enquanto isso, existem alternativas que trazem os mesmos retornos atrativos, porém com o grau de segurança do mercado de fianças tradicional. É o caso de produtos de investimento regulados como os fundos negociados em corretoras e dos ETFs, que você pode acessar por meio da bolsa de valores.
5 – Quais empresas de cripto são confiáveis?
Aderência à regulação é um critério importante para qualquer empresa financeira. Os padrões de transparência e governança corporativa exigidos pela CVM e pela Anbima são exemplos de práticas vantajosas para o investidor, já que minimizam os riscos corridos.
E depois de tudo isso?
Ciente das características do mercado cripto e do seu perfil, o investidor pode reduzir a sua exposição a riscos desnecessários enquanto aproveita o potencial de longo prazo dos criptoativos. Cabe, para isso, buscar adequar a sua alocação, a composição da carteira e os produtos de investimento utilizados.
Christian Gazzetta é economista formado pela UFRJ e redator da Hashdex, se dedica a aprender e ensinar sobre cripto desde 2017. Estuda métodos de valoração de criptoativos e os setores de DeFi e NFTs. |
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.
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