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Inverno cripto: por que agora pode ser um ótimo momento para investir?

Até mesmo em momentos de baixa das moedas digitais, empresas continuaram firmando presença na Web3.

As baixas do mercado cripto podem afetar a confiança do investidor, principalmente depois de hacks, falhas técnicas ou falências no setor. E é comum que movimentos de preço assustem ainda mais aqueles menos acostumados com a volatilidade.

Mas os momentos de baixa guardam, também, grandes oportunidades. É nesses períodos que os investidores reduzem o seu preço médio de compra e que as próximas soluções se desenvolvem, resolvendo os problemas de ciclos anteriores ou expandindo as fronteiras da tecnologia.

E não é só isso. As blockchains e sua adoção não pararam de evoluir depois das altas de preços e, atualmente, parecem compor um cenário favorável para o próximo ciclo de crescimento.

Adoção institucional

Cripto sempre atraiu a atenção de grandes instituições. A Microsoft (MSFT34), por exemplo, já aceita pagamentos em bitcoin (BTC) desde 2013 e trabalhou com diversas aplicações de blockchain, desde o rastreio de café para o Starbucks até o uso do ethereum (ETH) para combater a pirataria online.

Nos últimos meses, essas interações com a Web3 se proliferaram a um ritmo nunca visto antes.

Enquanto preços despencavam entre setembro de 2021 e junho de 2022, empresas continuaram firmando presença na Web3. Uma pesquisa recente da BlockData mostrou que 40 das 100 maiores companhias de capital aberto do mundo investiram em projetos envolvendo blockchain durante o período, somando cerca de US$ 6 bilhões investidos.

Enquanto isso, o mercado financeiro tem cada vez mais possibilidades para o investimento institucional em cripto. Os fundos regulados, ETFs e a entrada nesse mercado pela BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, são marcos importantes para o reconhecimento dos criptoativos como uma classe de ativos atrativa.

Os governos também estão se posicionando: os últimos meses foram marcados pela inclusão do bitcoin entre as moedas de curso legal de dois países; pela mudança de postura de governos como o russo, que já estuda usar bitcoin para o comércio internacional; e do Reino Unido, que busca se tornar um hub de cripto.

No Brasil, os sinais também são claros. Os reguladores têm acolhido inovações e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem declarado seu interesse em promover a adoção de cripto no país, por exemplo, pela integração do ecossistema de finanças descentralizadas (DeFi) ao futuro real digital.

Novos caminhos para a adoção do varejo

A evolução entre as instituições também abre caminhos para o varejo.

Com a difusão de produtos de investimento em cripto regulados, como os ETFs da Hashdex, os criptoativos se aproximam da realidade do investidor tradicional e passam a compor o portfólio de um público mais amplo.

Outra vereda sendo explorada é a adoção de cripto como meio de pagamento. Empresas como AMC e Gucci aderiram recentemente, enquanto gigantes de tecnologia se preparam para acompanhar – executivos da Apple (AAPL34), Airbnb (AIRB34), eBay (EBAY34) e Uber (U1BE34) anunciaram estar se preparando para aceitar criptomoedas.

Há, ainda, as empresas que estabelecem infraestrutura para compra e venda de cripto em suas plataformas. É o caso de soluções de pagamento, como Square (S2QU34) e Paypal (PYPL34), mas também de bancos, como o Nubank (NUBR33).

E a adoção do varejo ainda tem muito espaço para crescer: em uma pesquisa da Stellar e Wirex com 10 mil respondentes, 35% deles disseram estar mais inclinados a usar cripto do que no ano anterior; e 52% reconheceram o potencial de cripto como alternativa aos serviços tradicionais de transferências.

Tecnologia

Enquanto evolui a demanda por cripto, a oferta de soluções nesse mercado desbloqueia novas economias.

O “Merge”, transição tecnológica mais importante do ethereum, pode tornar o token ether mais atrativo como investimento e estabelecer uma taxa de juros “básica” para o ecossistema – aquela paga aos validadores da rede.

A decorrente redução do consumo energético da rede ethereum também abrirá as comportas para a demanda de investidores institucionais que seguem diretrizes Environmental, social and Governance (ESG).   

As soluções complementares também podem destravar crescimento: o surgimento dos chamados zk-rollups deve ampliar a capacidade de processamento dos aplicativos em blockchain; e o amadurecimento da Lightning Network, rede de pagamentos construída sobre o bitcoin, permitirá transações em tempo real com taxas praticamente nulas.

A diversificação dos casos de uso também terá sua importância. 2021 e 2022 foram os anos em que cripto “furou a bolha”, atingindo grupos menos afeitos às finanças e à tecnologia, como a classe artística. De 2023 em diante, a renovada comunidade cripto deverá trazer suas experiências “off-chain” para enriquecer o cenário de soluções com blockchain.

Os próximos ciclos poderão ser marcados pelas aplicações cripto na educação, na saúde, na administração pública e em tantos outros mercados ainda pouco explorados, contribuindo para a diversidade e a complexidade do ecossistema.

O futuro

A demanda e as ofertas de cripto não param de crescer. Os últimos meses têm trazido importantes fatores de crescimento que poderão impulsionar os próximos ciclos e, no longo prazo, realizar o potencial de cripto como tecnologia e classe de ativos.

Christian Gazzetta é economista formado pela UFRJ e redator da Hashdex, se dedica a aprender e ensinar sobre cripto desde 2017. Estuda métodos de valoração de criptoativos e os setores de DeFi e NFTs.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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